Autores: Marcelo Tabarelli; Bráulio Almeida Santos; Victor Arroyo-Rodríguez; Felipe Pimentel Lopes de Melo
Periódico: Boletim
do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Naturais
Ano de Publicação: 2012
Petiano Responsável: Pedro Sena
O presente
artigo é uma revisão sobre o papel das florestas secundárias exercem quando
inseridas em ambientes afetados pelo homem, focando na função de repositório
de biodiversidade.
Florestas
secundárias e de quais situações elas são provenientes
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Os
pesquisadores realizaram a descrição dos processos que influenciam a
estrutura e composição da assembleia arbórea objetivando identificar
oportunidades para a persistência da biodiversidade em florestas secundárias.
Processos como
caça, desmatamento, criação e aumento de bordas, diminuição da conectividade
entre áreas, alterações microclimáticas, além de alterações das interações
interespecíficas, são listados pelos autores como importantes nas mudanças
estruturais e florísticas das florestas secundárias. Esses efeitos agem como
filtros ambientais, por exemplo, para espécies com grande diâmetro
suscetíveis a efeitos do vento, espécies adaptadas a sombra (que terão seus
habitats reduzidos por causa do aumento da incidência de luz que é esperado
em ambientes fragmentados), além de afetar também indivíduos pouco
resistentes a competição com espécies r-estrategistas
(espécies adaptadas a colonização de ambientes).
Esses impactos
constantes em fragmentos submetidos as condições descritas anteriormente
podem acarretar na substituição permanente de espécies características de
ambientes de interior por espécies de borda, além do colapso da biomassa
arbórea ao longo do processo de degeneração constante. Esse tipo de efeito
tem sido reportado como sucessão retrogressiva, e vem sendo fonte de
preocupação para os conservacionistas.
Com relação à
manutenção da biodiversidade, florestas que foram modificadas recentemente
apresentam sinais de serem melhor repositórios de biodiversidade do que
ambientes inseridos em paisagens urbanas, cuja modificação é mais antiga.
Nesse caso ocorre a presença de espécies altamente dependentes aos ambientes
de interior e a ausência de grandes mamíferos dispersores de sementes.
Em conclusão,
os autores fazem uma reflexão sobre a necessidade de conservação dessas
florestas, já que, como evidenciado ao longo do artigo, esses ambientes são
sensíveis a mudanças constantes que podem acabar alterando estrutura e
florísticamente suas espécies arbóreas. Para que as espécies maduras (típicas
de interior) não sejam substituídas por espécies pioneiras, é necessário um
controle efetivo dos fatores que facilitam o estabelecimento destas espécies,
ajudando consequentemente a conservar todo o cenário de florestas secundárias
de uma dada localidade.
Para leitura completa do artigo clique aqui: http://www.oikos.unam.mx/paisajes/Tabarelli_etal_2013_SecondaryForest.pdf
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