Cientistas conseguiram desvendar a complexa estrutura social das formigas-de-fogo (Solenopsis invicta)
inseto endêmico da América do Sul, também encontrado no Brasil, que é
considerado uma praga atualmente impossível de controlar.
Segundo estudo divulgado nesta quarta-feira (16) pela publicação científica “Nature”, uma alteração nos cromossomos consegue dividir a mesma espécie em duas diferentes formas de comportamento em grupo.
Segundo estudo divulgado nesta quarta-feira (16) pela publicação científica “Nature”, uma alteração nos cromossomos consegue dividir a mesma espécie em duas diferentes formas de comportamento em grupo.
A variação genética explicaria o motivo de algumas colônias terem mais de uma rainha, enquanto outras têm apenas uma.
Tal fato pode ajudar a desenvolver novos inseticidas para combater essa
espécie de formiga, conhecida por sua picada dolorosa e pela
dificuldade de ser exterminada -- por isso esse inseto carrega no nome
em latim a palavra invencível (S. invicta), uma alusão aos esforços voltados a combatê-la, que foram em vão.
Para obter o resultado citado, os pesquisadores analisaram os genomas
de mais de 500 formigas-de-fogo para entender esse fenômeno.
Os cientistas viram que a diferença na organização da colônia é
determinada por um cromossomo que tem duas variações, tratado no estudo
como supergene. Chamadas de B e b, as variantes se desenvolvem de forma
semelhante aos cromossomos X e Y, que determinam o sexo nos humanos.
Os estudiosos verificaram que formigas operárias portadoras do
cromossomo de variação B aceitam apenas rainhas que tinham o cromossomo
BB. Já as operárias com o cromossomo b aceitavam várias rainhas
portadoras do supergene Bb.
De acordo com um dos autores do estudo, o pesquisador Yannick Wurm, da
Faculdade de Ciências Biológicas e Química da Queen Mary, Universidade
de Londres, no Reino Unido, as diferenças no cromossomo das formigas
seguem padrões semelhantes ao polimorfismo (variedades de uma mesma
espécie) que ocorre na formação de asas de borboletas ou de cânceres em
seres humanos.
Ele explica ainda que entender tais variantes cromossômicas na
determinação do caráter social da formiga ajuda a determinar traços
fundamentais do comportamento de outras espécies.
Fonte: G1
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