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sábado, 27 de setembro de 2014

Artigo: Biocarvão (Biochar) e Sequestro de Carbono

Autores:  Rezende, E. I. P.; Angelo, L. C.; dos Santos, S. S.; Mangrich, A. S.
Periódico: Revista Virtual de Química
Ano de publicação: 2011

Petiano Responsável: Fabiane Santos

É de amplo conhecimento o risco iminente do aquecimento global para o equilíbrio da Terra. As concentrações de CO2 na atmosfera já extrapolaram o nível considerado seguro pelo Painel Internacional de Mudanças Climáticas e, há mais de duas décadas, cientistas vêm tentando encontrar soluções que amenizem ou mesmo sejam capazes de reverter a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera. Dentre estes métodos, são considerados viáveis: a intensificação de práticas de reflorestamento; refletores solares espaciais; formação de aerossóis na atmosfera; sequestro de carbono marinho; sequestro geológico por injeção de gás carbônico sob pressão em espaço subterrâneos; aumento da alcalinidade nos oceanos; produção e dispersão de biocarvão nos solos; gestão do albedo (medida relativa da quantidade de luz refletida numa superfície); e criação de algas em edifícios. 
Algumas destas medidas são mais trabalhosas e difíceis de serem executadas dada a necessidade de acordos internacionais que permitam o seu funcionamento. Neste artigo, os autores afirmam que o reflorestamento e a produção de biocarvão são os métodos mais viáveis. O biocarvão é obtido a partir da pirólise de biomassa a altas temperaturas (de 300 a 600 °C) e pouco oxigênio, e é capaz de criar um grande estoque de carbono no solo – uma característica crucial nas práticas de sequestro de carbono. Além disso, o biocarvão é milhares de vezes mais estável que a matéria orgânica não pirolisada, contribuindo para um estoque de carbono eficiente, mesmo sob as intempéries das mudanças climáticas extremas.  
Biocarvão
O biocarvão é fruto de estudos de pesquisadores brasileiros e estrangeiros em busca de um fertilizante orgânico semelhante às terras pretas de índios da Amazônia, que é um solo bastante fértil e escuro. Este solo chamou a atenção de naturalistas por não ser semelhante aos solos típicos da Amazônia, tipicamente arenosos e pouco férteis, apresentando até cinco vezes mais carbono. O biocarvão surge, então, como uma alternativa sustentável e eficiente para aumentar a fertilidade do solo e o sequestro de carbono, visto que representa um estoque estável e de degradação lenta – ao contrário da matéria orgânica in natura, que tende a se decompor rapidamente –, e agindo também como um condicionador do solo, evitando desmoronamentos de terrenos, promovendo a retenção de água de chuva e irrigação, controle do pH e retenção de íons metálicos tóxicos. 
Em suma, é de grande importância o incentivo a pesquisas e desenvolvimento de tecnologias em biocarvão e que estas sejam incorporadas a políticas públicas no plano gestor das cidades, pois o biocarvão pode ser produzido a partir do lixo orgânico gerado pela população. Uma alternativa sustentável baseada na observação e valorização dos costumes locais das terras do Brasil pode fazer a grande diferença na luta contra o aquecimento global. 

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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Notícia: O ser humano é o maior culpado pelo aumento de incêndios florestais

“Ação humana é responsável por 90% dos incêndios florestais. Mudanças de comportamento podem minimizar o problema.”

Incêndio no cerrado: a culpa é quase sempre do homem.
Foto: Paulo de Araújo/MMA
Com início da seca, a ocorrência de incêndios aumentam proporcionalmente na medida em que a umidade do ar diminui. O problema se intensifica ainda mais no cerrado brasileiro. Algumas atitudes contribuem com as queimadas, essa mesmas atitudes deveriam e devem ser evitadas, no entanto algumas pessoas ainda insistem em jogar por exemplo bitucas de cigarros da janela do carro.

De Acordo com ICMBio, 90% dos incêndios florestais são de origem antrópica, ou seja, fruto da ação do homem. Na maioria dos casos, decorrem do uso incorreto do fogo para a renovação de pastagens, da caça e de ações criminosas em represália à criação e gestão de unidades de conservação. Em menor escala, há casos de queimadas que começam, de maneira natural, por conta de raios.

O território atingido pelos incêndios florestais tem apresentado aumento. De acordo com o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, a queima proposital de resíduos sólidos perto de áreas verdes é o motivo mais recorrente dos incêndios atendidos durante os chamados na capital federal. Apenas em junho deste ano, 395,16 hectares de vegetação foram consumidos pelo fogo - aumento de 77,8% em relação aos 222,23 hectares verificados em junho de 2013.

Para combater os focos de incêndios florestais, o governo federal adotou medidas como o reforço do efetivo que atua em campo. Ao todo, 1.589 brigadistas foram contratados para formar as equipes do Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo) em todo o país.

Do total, 175 brigadistas atuam nas unidades de conservação federais contempladas pelo projeto Cerrado-Jalapão, em Tocantins, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em cooperação com o governo alemão e em parceria com o ICMBio e outros órgãos. “

O efetivo desempenha um trabalho contínuo de prevenção, combate e conscientização nas áreas de maior risco. “Os brigadistas têm papel fundamental no resultado das ações de manejo integrado do fogo, pois não são apenas combatentes de incêndio, são agentes comunitários de sensibilização e se envolvem na queima controlada, educação ambiental e pesquisa”, justifica Ângela, do ICMBio.

Veículos especiais como os jipes, também são usados pelas equipes de prevenção e combate ao fogo Os automóveis tornaram o trabalho mais eficiente nas unidades de conservação, deslocando a equipe com rapidez e segurança aos focos de incêndio e áreas estratégicas para ações de prevenção.

A nível nacional, o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado (PPCerrado) é a ferramenta estratégica de combate aos incêndios florestais no bioma. O documento traça ações táticas e operacionais que são implantadas por meio da articulação entre União, Estados, municípios, sociedade civil, setor empresarial e universidades.

Confira as principais dicas para se evitar “queimadas”:

Não jogar bitucas de cigarro pela janela do carro; não fumar em matas e em locais com muita vegetação; impeça crianças de brincar com fogo em áreas verdes e evite fazer fogueiras em áreas de vegetação.

Por: Por Lucas Tolentino

Fonte: Site do MMA

Nota do petiano: Faça já a sua parte e evite que florestas sejam queimadas!
Fica a dica para os ecoleitores!!!!!

Petiano Responsável: Ingrid Fontes


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Artigo: Manguezais: Turismo e Sustentabilidade

Autores:  Leonardo Azevedo Klumb Oliveira, Rodrigo Randow de Freitas e Gilberto Fonseca Barroso
Periódico: Caderno Virtual de Turismo , Volume 5, Nº3
Ano de publicação: 2005

Petiano Responsável: Regina Nascimento

Educação Ambiental em áreas de Manguezal
O ecossistema manguezal é distribuído no Brasil desde o Amapá até Santa Catarina, caracterizando-se por sua alta produtividade e fonte de recurso às comunidades em que vivem em seu entorno. No Brasil, país que possui problemas sociais, utilizar áreas naturais para fins turísticos seria uma alternativa de fonte de renda para as populações das redondezas que aproveitariam as novas oportunidades de trabalho, atuando como guias e artesãos em áreas dotadas de valor paisagístico e cultural como os manguezais.
Há vários tipos de turismo, um deles é o contemplatório. Como se trata de manguezal, serão desenvolvidas atividades que unam a água, fauna, flora, cadeia trófica, entre outros, fazendo links com o turismo pedagógico. As atividades promoverão uma conscientização da população quanto à conservação do ecossistema, evitando a superexploração e poluição do mesmo. Práticas com vinculo da comunidade tornam possíveis os desenvolvimentos do turismo sustentável, erradicando as práticas irresponsáveis que superlotam as visitas ao local, causando danos ambientais como poluição sonora e visual, resíduos sólidos, pescas e coletas de animais, etc. Turismo em ecossistemas frágeis, como os manguezais, é possível de ser realizado de modo sustentável. Para que isso ocorra, é necessária uma ação conjunta entre governo, profissionais e sociedade. A educação ambiental, que é uma das diretrizes básicas para a preservação dos ecossistemas para gerações futuras, está diretamente ligada ao turismo pedagógico e ecológico.

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domingo, 21 de setembro de 2014

Notícia: Concentração de gases do efeito estufa bate recorde

A concentração desse gás na atmosfera é cerca de 150% maior
 hoje do que a 263 anos atrás na era pré-industrial.
Caros leitores (ecoleitores), gases como o gás carbônico, metano e óxido nitroso que são considerados responsáveis pelo aumento do buraco na camada de ozônio, e consequentemente responsáveis pela aceleração do aquecimento global, geram muitas dores de cabeças, fazendo com que se criem vários métodos para a diminuição da emissão desses gases na atmosfera. Porém esses métodos não estão sendo muito eficazes. Segundo um relatório da ONU, o registro dos gases como gás carbônico, metano e óxido nitroso, se encontram em maiores níveis se comparados com a era pré-industrial. De acordo com esse mesmo relatório, a concentração na atmosfera e nos oceanos de gases do efeito estufa no ano de 2013 atingiu níveis recordes, isso devido a maior presença de CO2. A concentração desse gás na atmosfera é cerca de 150% maior hoje do que a 263 anos atrás na era pré-industrial. Esse aumento afeta diretamente a vida marinha, visto que atualmente os oceanos são responsáveis por absorver aproximadamente 25% das emissões de dióxido de carbono, o que pode modificar o ciclo de carbonatos  marinhos e desencadeia a acidificação da água do mar.

Fonte: Deutsche Welle

Petiano Responsável: Jenyffer Gomes

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Artigo: Florística arbórea de um fragmento de floresta Atlântica em Catende, Pernambuco - Nordeste do Brasil.

Autores: Roberto F. Costa Júnior, Rinaldo L. C. Ferreira, Maria J. N. Rodal, Ana L. P. Feliciano, Luiz C. Marangon, Wegliane C. Silva.
Periódico: Revista Brasileira de Ciências Agrárias.
Ano de publicação: 2007

Petiano Responsável: Ingrid Fontes

Olá caros ecoleitores, que tal conhecer mais um pouco sobre a flora de Pernambuco?

Massaranduba (Manilkara sp ) fotografada num fragmento
 da Mata Atlântica no Município de Catende-PE, árvore
 estritamente ameaçada de extinção.
O presente trabalho teve como objetivo a realização de um estudo florístico em uma comunidade florestal arbórea, no fragmento de floresta Atlântica (Mata das caldeiras), localizado no município de Catende-PE, e em seguida também objetivou-se compara-lo com outros estudos realizados em mesma tipologia florestal em Pernambuco. Foram instaladas 40 parcelas de 250 m² cada uma (10 x 25 m), a distância entre as parcelas foi de 25 m, ficando alocadas sistematicamente. Apenas foram amostrados os indivíduos arbóreos, no qual foram etiquetados, tendo o seu CAP (circunferência a altura do peito) medidos >15 cm, a 1,30 m de altura. Todo o seu material botânico foi coletado, juntamente com as suas características dendrológicas. Permitiu-se mostrar 1.049 indivíduos arbóreos, distribuídos em 91 espécies.  Em termos comparativos de similaridade florística entre os estudos realizados em floresta Atlântica de Pernambuco, a Mata do Curado e a de Tejipió foram as mais semelhantes entre si e com a Mata das Caldeiras, enquanto que a Mata dos Macacos, a Mata do Curado e a RESEC da Mata de Dois Irmãos são as mais divergentes floristicamente com a Mata das Caldeiras.

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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Notícia: Projeto de Refúgio de Vida Silvestre Tatu Bola é aprovado em reunião

Caros ecoleitores,

Na sexta-feira, 29 de agosto, foi realizado na Universidade Federal do Vale de São Francisco (Univasf) o encontro que aprovou a criação do Refúgio de Vida Silvestre Tatu-bola. O refúgio será a maior unidade de conservação do Estado de Pernambuco com 110 mil hectares. 

Além de homenagear o Tatu-bola, animal símbolo da Copa 2014, esta unidade de preservação será localizada no bioma Caatinga. Este bioma apresenta uma acelerada degradação, necessitando urgentemente de planos que objetivem preservá-lo.

O próximo passo é o encaminhamento da proposta ao governo do Estado de Pernambuco.

Esse gol nem Pelé fez!

Fonte: G1

Petiano Responsável: Ana Carolina Oliveira

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Notícia: Cientistas apontam provável extinção de três espécies de aves nordestinas

Caros Ecoleitores,

Limpa-folha-do-nordeste (Philydor novaesi)
Um estudo publicado em julho na revista ‘Papéis avulsos de zoologia’ apontam provável extinção de três espécies de aves encontradas no nordeste mais especificamente no Centro de endemismo de Pernambuco (CPE). As espécies corujinha caburé-de-pernambuco, gritador-do-nordeste e o limpa-folha-do-nordeste são dados como potencialmente extintos.Não há registro da corujinha do caburé-de-pernambuco há 24 anos, as outras duas espécies também não tem registros oficiais recentes sendo o limpa-folhas-do-nordeste o último a ser visto, em 2011.

Segundo os pesquisadores a possível extinção foi causada pela redução da área da Mata Atlântica, e a solução mais viável seria preservar as áreas restantes da Mata Atlântica e criar corredores ecológicos entre elas.

Saiba Mais: Status of the globally threatened forest birds of northeast Brazil (Situação geral das aves de floresta do Nordeste do Brasil).

Fonte: O eco

Petiano Responsável: Daniel Mota

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Notícia: Quanto custa preservar a Mata Atlântica

Pagar taxas para que proprietários em zonas rurais preservem uma porção maior de terras do que é obrigatório por lei parece ser uma forma viável de evitar a perda de serviços prestados pela mata atlântica, como impedir a disseminação de pragas e garantir a qualidade das águas. É o que indica um estudo publicado em edição do mês passado da revista Science, liderado pela bióloga brasileira Cristina Banks-Leite, professora do Imperial College de Londres, na Inglaterra, e professora visitante na Universidade de São Paulo (USP).

A saíra-sete-cores (Tangara seledon) é uma das aves mais
coloridas do sudeste brasileiro.
 © SANDRO VON MATTERA.
“O pagamento por serviços ambientais está em andamento no Brasil”, conta a pesquisadora. Mas isso costuma acontecer em escala mais local, por iniciativa de organizações não governamentais (ONGs) e de municípios. Sua proposta é ampliar essa iniciativa para a escala nacional, em que o governo faria um programa para selecionar áreas prioritárias e propor pagamentos aos proprietários. Não custaria caro: de acordo com o estudo, o investimento para se atingir 30% de cobertura vegetal em 37 mil áreas prioritárias ao longo de toda a mata atlântica custaria, por ano, cerca de 445 milhões de reais. Isso representa menos de 0,01% do PIB anual brasileiro, ou 6,5% do que é pago em subsídios agrícolas. Segundo os pesquisadores, a área extra alocada à floresta causaria um prejuízo pequeno à produtividade (0,61% do PIB agrícola produzido nesses municípios) e nem afetaria, de fato, os ganhos dos agricultores, já que estariam recebendo pagamento por seu empenho na manutenção do ecossistema, com o benefício de assegurar a preservação desse hotspot de biodiversidade em que muitas espécies estão em risco de extinção.

Os números partem de projetos de longo prazo dos biólogos Jean Paul Metzger e Renata Pardini, da USP, que avaliaram os efeitos da fragmentação da mata atlântica paulista na diversidade de anfíbios, aves e mamíferos. O estudo de uma das áreas foi o doutorado de Cristina, concluído em 2009 sob orientação de Metzger. Os resultados indicam que é preciso preservar pelo menos 30% da floresta para que seja mantida a integridade das comunidades de vertebrados essenciais ao funcionamento do ecossistema. O Código Florestal exige que a vegetação nativa seja mantida em 20% de cada propriedade, de maneira que seria necessário ampliar essa área sem utilização agropecuária por meio de pagamentos. Segundo Cristina, uma das perguntas iniciais do projeto era avaliar o mínimo de mata necessária para manter a floresta. “Até agora ninguém tinha conseguido um resultado consistente”, afirma a pesquisadora. Para se aprofundar nas análises ecológicas, ela sentiu falta de mais conhecimento matemático e está cursando uma graduação à distância na área, pela Open University. Com essa visão, ela trouxe o olhar econômico para o artigo publicado na Science.

Exclusivo da mata atlântica, o rato-de-espinho
 Phyllomys nigrispinus se alimenta de folhas.
© THOMAS PüTTKER
Essa é uma visão de conservação mais voltada à prática, que se concentra em evitar que se percam serviços ecossistêmicos que de fato melhoram a vida das pessoas que moram no entorno. “Não tem a ver com a perda de espécies: algumas vão ser perdidas, outras, mais generalistas, aparecerão”, diz Cristina. Ela acredita que o trabalho seja um primeiro passo importante no sentido de pôr em prática a sua proposta. “Existe agora um interesse do Ministério do Meio Ambiente, além das secretarias correspondentes em alguns estados e de ONGs, mas faltava ter um valor e dizer quanto e onde preservar.” Segundo ela, o dinheiro existe, o momento é propício e os contatos que o grupo tem no governo indicam que a iniciativa é viável.

Artigo científico:
BANKS-LEITE, C. et al. Using ecological thresholds to evaluate the costs and benefits of set-asides in a biodiversity hotspot. Science, v. 345, n. 6200, 29 ago 2014.

Fonte: Revista FAPESP.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Artigo: Anti-Rickettsia spp. antibodies in free-ranging and captive capybaras from southern Brazil

Autores: Fernanda S. Fortes, Leonilda C. Santos, Zalmir S. Cubas, Ivan R. Barros-Filho, Alexander W. Biondo, Iara Silveira, Marcelo B. Labruna e Marcelo B. Molento.
Periódico: Revista de Pesquisa Veterinária Brasileira
Ano de publicação: 2011

Petiano Responsável: Ana Carolina Oliveira

Caros ecoleitores,
Esta semana nosso blog traz uma leitura para termos mais informações e reflexões sobre a ecologia de uma importante zoonose, a febre maculosa.

Capivaras (Hydrochaeris hydrochaeris)
Rickettsia é um gênero de bactérias responsável por causar doenças de grande importância, como a febre maculosa. Howard T. Ricketts foi quem identificou a bactéria causadora desta doença que se mostrava altamente letal, sendo denominada Rickettsia rickettsii em sua homenagem. É curioso que a morte deste pesquisador foi devido justamente a este trabalho, uma vez que ele se contaminou em seu próprio laboratório. Os principais vetores da febre maculosa são os carrapatos da espécie Amblyomma cajennense e pelo fato das capivaras estarem entre os principais hospedeiros deste carrapato, elas podem atuar como sentinelas para as riquetsioses. Assim no Sul do Brasil foi feita uma pesquisa em 31 capivaras, sendo 21 de vida livre e 10 de cativeiro. Utilizou-se antígenos de seis espécies de riquétsias, incluindo R. rickettsii, para a reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI). Além disso, os carrapatos foram identificados como sendo do gênero Amblyomma. Os resultados obtidos foram que das 31 amostras, 19 apresentaram soropositividade a pelo menos uma das espécies testadas e 14 foram soropositivas a R. rickettsii, ou seja, as capivaras têm uma potencial participação na ecologia desta bactéria. 

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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Artigo: O impacto do Turismo em Ambientes Recifais: Caso Praia Seixas-Penha, Paraíba, Brasil

Autores: Rodrigo de Sousa Melo , Ruceline Paiva Melo Lins, Christinne Costa Eloy.
Periódico: Rede – Revista Eletrônica do Prodema
Ano de publicação: 2014

Petiano Responsável: Daniel Mota

Turistas em visitação às piscinas naturais da Praia da Penha
A problematização dos ambientes naturais "intocados" nos quais se exploram recursos turísticos englobam fatores sociais, culturais, econômicos, e não menos importantes os fatores ecológicos. A estrutura de como se dá esse tipo de exploração é situada na fuga  do modo de vida desgastante da sociedade urbana e a adoção das paisagens naturais não desgastadas como rota de fuga para repouso e renovação, entretanto a mesma dinâmica urbana é adotada nos ambientes visitados e estes passam a se desgastar e com o passar do desgaste outro fenômeno denominado “trade”. O trade é um fenômeno que consiste na perda dos atrativos e da estética do lugar que era visitado, logo então adota-se outro lugar ainda preservado e não explorado como ponto de descanso e contemplação. Acima foi descrito o modelo de um ciclo vicioso que notavelmente vem chegando à cada vez mais ambientes preservados e se perpetuando de maneira insustentável pela própria lógica do uso dos recursos. Ainda assim não se observam medidas que limitem a exploração de tais recursos de modo a tornar o desenvolvimento local uma coisa boa para social e ecologicamente, notando-se que o aspecto econômico/comercial está em primeiro plano.

No presente artigo foram estudados três pontos das praias do Penha e Seixas, uma área representada por 11,8 km de recifes com a profundidade variando entre 0,5 metros nas áreas mais rasas até 6 metros nas partes de maior profundidade. O objeto do estudo foi a distribuição de formações coralíneas (neste caso é usado de maneira genérica para referir-se aos organismos formadores dos ambientes recifais)  nos três pontos supracitados. 

É possível observar que os pontos com menos frequência turística há uma maior diversidade dos organismos, entretanto o artigo não acusa a ação antrópica direta como a causa principal da diferença da biodiversidade entre os pontos estudados. Para que haja uma conclusão mais enfática é necessário que se faça o estudo das correntes, análise das águas dos estuários dos rios que desembocam na área de estudo e determinações das relações intra e interespecíficas. Entretanto fica bem evidenciado que a cnidofauna é um critério consistente de avaliação de estresse ambiental, destacando-se como um fator de estudo para planejamento de utilização de ambientes recifais.

Sabendo-se de tal fenômeno de desgaste e exploração sem planejamento e premente que sejam adotadas medidas ainda que inicialmente sejam individuais para amenizar as más consequências e estabelecer uma nova relação com os ambientes recifais que são ao mesmo tempo tão acessíveis e vulneráveis as ações antrópicas.

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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Notícia: Estudo descreve cinco novas espécies de macaco-parauacu (saki monkey) na Amazônia

Uma grande revisão taxonômica dos macacos-parauacu, nome popular utilizado para todos os primatas do novo mundo do gênero Pithecia, revelou a existência de cinco novas espécies deste gênero.

Macaco-parauacu (Pithecia pithecia)
Macacos-parauacu ou saki monkeys como chamados em inglês, são um grupo secreto de primatas nativos das florestas tropicais da América do Sul. Eles são frequentemente caçados para alimento, apesar de seu comportamento evasivo os tornarem difíceis de serem encontrados.

O estudo foi conduzido pela Dra. Laura K. Marsh, ecóloga e primatóloga, e diretora do Instituto de Conservação Global, resultado de 10 anos de pesquisas envolvendo análise aprofundada de espécimes de museu e de fotografias de macacos vivos. Ele reconheceu 16 espécies distintas do gênero Pithecia: cinco previamente estabelecidas, três reintegradas, três elevadas ao nível de subespécie, e cinco espécies recém-descritas. 

Macho da espécie  Pithecia albicans
Foto: Russell A. Mittermeier, Conservation International
"Eu comecei a suspeitar de que poderia haver mais espécies de macacos-parauacu quando eu estava fazendo pesquisa de campo no Equador", disse Marsh. "Quanto mais eu via, mais eu percebia que os cientistas foram confundidos na suas avaliações da diversidade de macacos-parauacu há mais de dois séculos." 

As cinco novas espécies são encontradas no Brasil, Peru e Bolívia. Três delas são endêmicas do Brasil e uma do Peru. Esta revisão aumenta o número de espécies de primatas no Brasil para 145; a maior diversidade para qualquer nação. 

"Além de ser vital para a sua conservação e sobrevivência, a descrição científica revista dessas macacos-parauacu é um grande passo na nossa compreensão da diversidade de primatas na Amazônia e no mundo", disse o Dr. Anthony B. Rylands, pesquisador sênior da Conservation International e Vice-Presidente do a IUCN Species Survival Commission (SSC) Primate Specialist Group, do qual uma das novas espécies, Pithecia rylandsi, foi nomeada.

Os primatas são os principais componentes dos sistemas de floresta tropical, e são de grande importância como dispersores de sementes, predadores, e às vezes até como presa. 
"Macacos- parauacu, como muitos primatas das florestas tropicais, são excelentes indicadores para a saúde dos sistemas florestais tropicais", disse o Dr. Russell A. Mittermeier, presidente da Conservation International e Presidente da IUCN (SSC) Primate Specialist Group, após o qual a recém descrita Pithecia mittermeieri foi nomeada. "Esta revisão do gênero mostra claramente quão pouco ainda sabemos sobre a diversidade do mundo natural que nos rodeia e que dependemos tanto".

Os resultados do estudo foram apresentados no 25º Congresso da Sociedade Internacional de Primatologia, em Hanói, no mês passado e publicado na edição de verão da Neotropical Primates, um jornal dirigido pelo IUCN (SSC) Primate Specialist Group e Conservation International.

Fonte: IUCN.Org

Petiano Responsável:
Paulo Ayres

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