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sábado, 27 de setembro de 2014

Artigo: Biocarvão (Biochar) e Sequestro de Carbono

Autores:  Rezende, E. I. P.; Angelo, L. C.; dos Santos, S. S.; Mangrich, A. S.
Periódico: Revista Virtual de Química
Ano de publicação: 2011

Petiano Responsável: Fabiane Santos

É de amplo conhecimento o risco iminente do aquecimento global para o equilíbrio da Terra. As concentrações de CO2 na atmosfera já extrapolaram o nível considerado seguro pelo Painel Internacional de Mudanças Climáticas e, há mais de duas décadas, cientistas vêm tentando encontrar soluções que amenizem ou mesmo sejam capazes de reverter a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera. Dentre estes métodos, são considerados viáveis: a intensificação de práticas de reflorestamento; refletores solares espaciais; formação de aerossóis na atmosfera; sequestro de carbono marinho; sequestro geológico por injeção de gás carbônico sob pressão em espaço subterrâneos; aumento da alcalinidade nos oceanos; produção e dispersão de biocarvão nos solos; gestão do albedo (medida relativa da quantidade de luz refletida numa superfície); e criação de algas em edifícios. 
Algumas destas medidas são mais trabalhosas e difíceis de serem executadas dada a necessidade de acordos internacionais que permitam o seu funcionamento. Neste artigo, os autores afirmam que o reflorestamento e a produção de biocarvão são os métodos mais viáveis. O biocarvão é obtido a partir da pirólise de biomassa a altas temperaturas (de 300 a 600 °C) e pouco oxigênio, e é capaz de criar um grande estoque de carbono no solo – uma característica crucial nas práticas de sequestro de carbono. Além disso, o biocarvão é milhares de vezes mais estável que a matéria orgânica não pirolisada, contribuindo para um estoque de carbono eficiente, mesmo sob as intempéries das mudanças climáticas extremas.  
Biocarvão
O biocarvão é fruto de estudos de pesquisadores brasileiros e estrangeiros em busca de um fertilizante orgânico semelhante às terras pretas de índios da Amazônia, que é um solo bastante fértil e escuro. Este solo chamou a atenção de naturalistas por não ser semelhante aos solos típicos da Amazônia, tipicamente arenosos e pouco férteis, apresentando até cinco vezes mais carbono. O biocarvão surge, então, como uma alternativa sustentável e eficiente para aumentar a fertilidade do solo e o sequestro de carbono, visto que representa um estoque estável e de degradação lenta – ao contrário da matéria orgânica in natura, que tende a se decompor rapidamente –, e agindo também como um condicionador do solo, evitando desmoronamentos de terrenos, promovendo a retenção de água de chuva e irrigação, controle do pH e retenção de íons metálicos tóxicos. 
Em suma, é de grande importância o incentivo a pesquisas e desenvolvimento de tecnologias em biocarvão e que estas sejam incorporadas a políticas públicas no plano gestor das cidades, pois o biocarvão pode ser produzido a partir do lixo orgânico gerado pela população. Uma alternativa sustentável baseada na observação e valorização dos costumes locais das terras do Brasil pode fazer a grande diferença na luta contra o aquecimento global. 

Para visualização completa do artigo clique aqui.

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