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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Consumidor que gera energia pode ter abatimento em conta de luz


BRASILIA - A partir desta segunda (17), o consumidor que também gerar energia e fornecer seu excedente às concessionárias poderá ter o valor da conta de luz reduzido. A possibilidade está prevista em resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) segundo a qual residências ou empresas microgeradoras - com capacidade de até 100 quilowatts (kW) - ou minigeradoras - até 1 megawatt (MW) - terão direito a compensação na conta proporcional ao valor da energia repassada.

 Para falar desse assunto, o programa Revista Brasil, da Rádio Nacional entrevistou hoje o coordenador da campanha Clima e Energia, do Greenpeace Brasil, Ricardo Baitelo. Segundo ele, a Resolução 482/2012 é “um grande estímulo” e o “primeiro passo” para o avanço da energia solar no Brasil.

 “Em todos países onde a energia solar deslanchou, como Alemanha, Espanha e Japão, tudo começou com algum tipo de incentivo. No Brasil, há uma adaptação disso [que já foi feito por lá]. Todo mundo poderá gerar energia limpa em casa e economizar na conta de luz”, disse Baitelo. Ele explica que a concessionária terá, no máximo, de 80 a 100 dias – após manifestação de interesse, pelo consumidor, em gerar energia – para viabilizar o negócio.

“O Brasil tem um enorme potencial para ter esse tipo e geração. Temos uma série de vantagens que os outros países não têm. Alemanha e Espanha tiveram de colocar tarifas promocionais para estimular as pessoas a instalarem equipamentos. Aqui no Brasil, a gente tem sol o ano inteiro. Se observarmos a variação de radiação solar entre inverno e verão, ela é mais viável e, mesmo custando mais caro, vale a pena”, disse o coordenador do Greenpeace.

“Durante o dia, as pessoas saem de casa e, com o sol brilhando, estariam gerando energia [ainda que sem utilizá-la]. À noite, quando o sol se põe, não havendo baterias [para armazenamento da energia] neste sistema [com painéis solares], se poderia puxar de volta a energia que foi disponibilizada à concessionária. Seria uma troca de favores constante [entre consumidor e concessionárias]”, acrescentou.

As concessionárias pediram, em meio às negociações com a Aneel, um pequeno requisito técnico para integrar os minigeradores ao sistema. “Você declara interesse, ela [a concessionária] se certifica de que o sistema atende aos critérios de segurança, até para evitar possibilidades de acidentes quando um técnico dela fizer visitas de manutenção. As concessionárias vão ajudar, inclusive, a adquirir equipamentos paralelos também, como medidor de energia adicional, para detectar fluxo de energia da casa até a concessionária”.

Baitelo informou que o custo desse tipo de equipamento está caindo vertiginosamente, mas admite que permanece caro para os padrões brasileiros. “No Brasil ainda é um pouco caro, com os custos variando, inclusive, em função da região ou estado e dos valores das tarifas”, ponderou. Mais informações sobre o assunto poderão ser obtidas no site da Aneel.

Por Pedro Peduzzi (Agência Brasil)

Fonte: Blog CMA - NE10

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Artigo: Análise de Abundância Bacteriana no Estudo da Ecologia Microbiana de Sedimentos Marinhos

Autores: Karla Danila Coloia de Carvalho, Rodolfo Paranhos.
Resumo: Fabiane Santos.


Os ecossistemas de mar profundo representam cerca de 65% da superfície do planeta e desempenham um papel importante na produção de biomassa e nos ciclos biogeoquímicos em uma escala global. Estes processos são amplamente mediados por procariotos bentônicos, os quais utilizam detritos orgânicos para a produção de biomassa e respiração. Por este motivo, os sedimentos marinhos se configuram como importante matriz biológica e tem grande relevância na ecologia do sistema de mar profundo. No tempo geológico, eventos que ocorrem neste compartimento, como a degradação de matéria orgânica, afetam profundamente a composição química do oceano e da atmosfera. Devido à sua importância e complexidade, o sistema de mar profundo e a sua microbiota associada têm sido objeto de inúmeros estudos ao longo dos últimos 50 anos, especialmente na última década. Os parâmetros mais comumente analisados nos sedimentos são abundância bacteriana, biomassa e atividade metabólica. Diversas metodologias p uso otimizado das técnicas de extração e análise e sua avaliação de modo combinado com outros parâmetros microbianos possibilitará um maior entendimento do papel desenvolvido pelos organismos procariotos nos oceanos do mundo.

Para acessar o trabalho completo, clique aqui.

Trabalho: Metais pesados em solos: origem, riscos e ações ambientais para seu monitoramento.



Autores: Magda Aline da Silva; Ygor Jacques Agra Bezerra da Silva; Caroline Miranda Biondi;
Clístenes Williams Araújo do Nascimento.

Evento/Periódico: Conferência da terra - 2012

Forma de publicação: Livro on-line

Ano: 2012



Fig. 1. Símbolo dos metais pesados
Os metais pesados encontram-se na estrutura da Terra desde a formação do planeta. A origem destes elementos nos solos pode ser litogênica ou antrópica. Nas últimas décadas tem-se acentuado as preocupações a cerca da contaminação de solos por metais pesados resultantes das atividades antrópicas relacionadas ao desenvolvimento urbano, a áreas agrícolas e industriais. Estas atividades têm aumentado de forma desorganizada, resultando na geração de resíduos que na sua maioria são descartados indiscriminadamente nos solos, causando graves impactos ao ambiente e ao seres humanos. Para que o nível de contaminação de uma área possa ser mensurado é preciso conhecer a ocorrência natural desses elementos no solo, sem interferência antrópica. Este valor de referência é a base para a definição de Valores Orientadores de Qualidade do solo. No Brasil os valores orientadores de qualidade do solo para metais pesados e substâncias tóxicas foram instituídos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente, destacando-se como grande avanço na história da proteção de solos brasileiros. 
O estabelecimento destes valores orientadores é de extrema relevância para a preservação da qualidade dos solos e da saúde dos seres humanos, pois para que os órgãos ambientais possam realizar o monitoramento de uma área é necessário que haja indicadores de referência para a avaliação constante dos impactos ambientais. Nesse contexto, tem sido uma tendência mundial a adoção de listas orientadoras com valores de referência de qualidade, de prevenção e de investigação, como uma primeira etapa nas ações de monitoramento da qualidade, prevenção à poluição e diagnóstico de áreas suspeitas de contaminação.



Para leitura completa do trabalho clique aqui: http: //www.conferênciadaterra.com/nossas-publicacoes

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Palestra na UFPE aborda a riqueza do universo das aranhas

Da Assessoria de Comunicação da UFPE

O quão revelador pode ser a Física encontrada na seda de teias de aranhas do gênero Uloborus que existem há pelo menos 400 milhões de anos? Para o professor Marcelo Gomes, do Departamento de Física da UFPE, o estudo desses aglomerados pode trazer revelações interessantíssimas, por exemplo, sobre a distribuição de línguas na Terra.

Conhecer o universo das aranhas pode também ser esclarecedor para compreender resultados recentes de pesquisas sobre doenças degenerativas, em especial o Alzheimer. E é sobre essa riqueza de conhecimento que o professor Gomes irá discutir na palestra intitulada “Física de teias de aranhas, línguas e cérebro”, aberta ao público, na próxima sexta-feira (14), às 16h, no Auditório do Departamento de Física, no CCEN.

O professor Marcelo Gomes é pós-doutor em Física pela Universitá degli Studi di Padova e pela Universitá degli Studi di Roma La Sapienza. Atualmente, trabalha com projetos de pesquisa nas áreas de Modelagem de Processos e Fenômenos Físicos em Matéria Condensada e de Estudo de Sistemas Complexos, Materiais Desordenados e Redes Aleatórias.

Mais informações: 2126-7640 e 2126-8449.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Oi vai construir parque industrial de R$ 10 milhões para reciclar eletrônicos

Oferecer destinação ambientalmente correta ao lixo eletroeletrônico produzido pela empresa, fornecedores, clientes e colaboradores. Este é o objetivo da operadora de telefonia Oi, que vai investir R$ 10 milhões em um parque industrial voltado à logística reversa, um dos principais mecanismos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada em 2010.

Segundo informações do Estadão, serão cinco fábricas localizadas no Amazonas, Goiás, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A operadora de telefonia fechou a parceria estratégica com a Descarte Certo, empresa especializada em serviços de coleta, manejo de resíduos e reciclagem de produtos eletrônicos do grupo Ambipar.

"As novas fábricas atenderão a demanda da Oi e vão compor um parque industrial no Brasil capaz de processar resíduos de outras indústrias eletroeletrônicas", afirmou a operadora de telefonia, por meio de comunicado. Os aportes devem ser feitos ao longo dos próximos seis anos. As cinco unidades devem gerar 5 mil empregos diretos e indiretos, projeta a companhia.

A expectativa é de que sejam processadas 1.200 toneladas de resíduos por mês no parque industrial. São considerados resíduos sólidos as partes e as peças de bens de consumo, como celulares, computadores e eletrônicos. A Oi calcula que, em 2011, foram encaminhadas mais de 3.300 toneladas de material para reciclagem. Segundo a empresa, urnas coletoras para recolhimento de celulares, baterias e acessórios são disponibilizadas em suas lojas e prédios administrativos.

"Com esta iniciativa, a companhia antecipa sua adequação à aplicação da Lei 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que deve ter caráter obrigatório a partir do segundo semestre de 2013, após sua regulamentação", afirmou a empresa.

A política prevê a redução da geração de resíduos, sua reutilização e destinação ambientalmente adequada, assim como a responsabilidade compartilhada entre os geradores dos resíduos, desde fabricantes, distribuidores, comerciantes e consumidores.

Fonte: MSN Verde

Rotulagem de transgênicos pode ser derrubada na Câmara

O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) e mais 21 organizações civis assinam carta pela rejeição do PL 4.148/2008, do deputado Luiz Carlos Heinze (PP/RS), que permite que alimentos que contenham transgênicos não sejam identificados no rótulo.

Para reforçar o pedido enviado aos deputados – entre eles, o presidente Marco Maia e o presidente da Frente Parlamentar de Segurança Alimentar e Nutricional, Nazareno Fonteles – o Idec lançou campanha “NÃO ao fim da rotulagem dos alimentos transgênicos”.

Prestes a chegada do recesso parlamentar, o PL foi proposto na Câmara dos Deputados, sem passar por análise de outras comissões, como manda o protocolo legislativo. O projeto está em pauta para votação em caráter de urgência, podendo ser realizada ainda essa semana.

Para o pesquisador do Idec, João Paulo Amaral, o PL busca desconstituir a vitória dos consumidores alterando a Lei de Biossegurança. “Na ação movida pelo Idec, o TRF (Tribunal Regional Federal) decidiu que qualquer produto que contenha organismos geneticamente modificados em sua composição deve informar isso em sua embalagem”, questiona Amaral.

O direito à informação em jogo

O PL 4148/2008, do deputado Luiz Carlos Heinze (PP/RS), propõe a eliminação da informação no rótulo, no caso de não ser detectável a presença do OGMs (Organismos Geneticamente Modificados) no produto final – excluindo a maioria dos alimentos (como óleos, bolachas, margarinas, enlatados, papinhas de bebê etc).

Além disso, o texto propõe a não obrigatoriedade da rotulagem dos produtos de origem animal alimentados com ração transgênica e a exclusão do símbolo que hoje facilita a identificação desses produtos. A proposta também coloca como não obrigatória a informação quanto à espécie doadora do gene.

Para o Idec, o projeto de lei contraria o direito básico do consumidor à adequada informação sobre produtos lançados no mercado assegurado pelo CDC (Código de Defesa do Consumidor – art. 6º, III), além de inconstitucional por ofender o princípio da precaução (art. 225, V da CF) e da defesa do consumidor (arts. 170, V da CF). O projeto representa um retrocesso ao direito garantido pelo Decreto de Rotulagem de Transgênicos – Decreto Presidencial 4.680/03 – que institui a rastreabilidade da cadeia de produção para garantir a informação e a qualidade do produto, além de desrespeitar a vontade dos cidadãos de saber se um alimento contém ou não ingrediente transgênico.

A rotulagem de transgênicos é uma medida de saúde pública relevante, pois permite o monitoramento do mercado e pesquisas sobre os impactos de tais produtos na saúde da população. O projeto proposto pelo deputado Heinze descumpre compromissos internacionais assumidos no âmbito do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança, um acordo ratificado por 150 países, e do qual o Brasil é signatário. De acordo com o protocolo, os países membros devem assegurar a identificação de organismos vivos modificados nas  importações/exportações, destinados à alimentação humana e animal (artigo 18. 2. a). *Com informações do Idec.

Fonte: O Eco

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Artigo: Prática pedagógica sobre reciclagem: experiência no semiárido pernambucano

Autores: Isabela Regina Wanderley Steuer(isabelasteuer@gmail.com); Josilaynne Maria da Silva (josilaynnesilva@gmail.com); Thiago Emanoel Pereira da Silva (thiago_pe@ig.com.br); e Juliene Karine (juliene.nascimento@gmail.com).

Publicação: Conferência da Terra
Ano: 2012

Resumo:

As questões ambientais ganharam forte importância quando as pessoas começaram a perceber com mais criticidade o quanto os recursos naturais estão impactados devido à ação antrópica. Por isso, para o ser humano coexistir com a natureza devem ocorrer mudanças diretas e indiretas de filosofia de vida, de práticas no cotidiano mais sustentáveis e até mesmo uma mudança no modelo político, econômico, social e, principalmente ambiental, de sociedade e que tenham o principal objetivo de preservar os recursos naturais ainda existentes para as presentes e futuras gerações. A reciclagem, nesse contexto, torna-se de fundamental importância, sendo uma das formas de minimização dos resíduos que seguirão para a destinação final, especialmente se tratando de resíduos domésticos. O presente trabalho tem por finalidade descrever uma prática pedagógica desenvolvida numa ação de sensibilização ambiental com as crianças da comunidade rural Poço da Cruz, localizada no município de Ibimirim, no Estado de Pernambuco. Esta atividade teve como foco a importância e os benefícios da reutilização de materiais recicláveis pelos munícipes. Estes materiais, presentes no cotidiano, foram retrabalhados em oficinas, de forma lúdica, divertida e criativa, considerando a cultura local como elemento norteador, agregando tal elemento no trabalho criativo. 


Palavras-chaves: Reciclagem; Semiárido Pernambucano; Questão Ambiental. 


Abstract 


Environmental issues have gained strong importance when people began to realize how much more critical natural resources are impacted due to anthropogenic activities. So for humans coexist with nature should be changes direct and indirect philosophy of life, in everyday practices more sustainable and even a change in the model political, economic, social and especially environmental, society and have the main objective of preserving natural resources still exist for present and future generations. Recycling in this context, it is of fundamental importance, being one of the ways of minimizing waste that will go to the final destination, especially when dealing with household waste. This paper aims at describing a pedagogical practice developed an action environmental awareness with the children of the rural community Pit Cross, located in the municipality of Ibimirim in the state of Pernambuco. This activity focuses on the importance and benefits of reuse of recyclable materials by householders. These materials present in everyday life, were reworked in workshops, in a playful, fun and creative, considering the local culture as a guiding element, adding this element in creative work. 


Keywords: Recycling; Semiarid Pernambucano; Environmental Issue. 


Introdução 


Na era moderna, com o advento do processo de industrialização, o desenvolvimento da sociedade capitalista e a explosão do crescimento populacional mudaram a configuração da presença humana no planeta e de sua apropriação de recursos naturais (EL-DEIR et al., 2009). Hardin (1968) relacionava o crescimento demográfico com a chamada “Tragédia dos Comuns”, apontando que a sociedade cuida de suas propriedades privadas ao passo que contaminam ou devastam os espaços públicos, sendo necessário, portanto, a expansão dessas para o controle populacional, perfazendo-se assim o mercado atuante e o lucro. Ou ainda mais profundada a discussão colocada por McCay e Acheson (1987), quando ressalta a questão dos comuns, onde todos acabam por sofrer as consequências de um ato de um grupo. Nas questões socioambientais emergentes, um pensar global precisa tomar lugar do individualismo pseudomoderno. Assim a forma e as proporções da relação do homem moderno com o ambiente passaram a gerar problemas ambientais específicos (CARVALHO, 2004). 

É de suprema necessidade que para o ser humano coexistir com a natureza ocorram mudanças diretas e indiretas de filosofia de vida, de práticas no cotidiano mais sustentáveis e até mesmo uma mudança no modelo político, econômico, social e, principalmente ambiental, de sociedade e que tenham o principal objetivo de preservar os recursos naturais ainda existentes para as presentes e futuras gerações. Esta assertiva está alinhada a visão do Relatório de Brundtland, da Comissão das Nações Unidas para o Meio Ambiente (CNUMA, 1991), que preconiza que a sustentabilidade vislumbra suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas. Com isso, tem-se a consciência da necessidade de preservar o meio ambiente, pois a espécie humana está fortemente relacionada a este, dependendo desse para sobreviver. 

A acelerada destruição dos recursos naturais do Planeta Terra compromete a sustentabilidade da relação homem-natureza. Nesse sentido, no que tange a resíduos sólidos, adota-se o conceito dos 3R, que serve para produzir mudanças impeditivas da degradação ambiental: Reduzir, diminuindo a quantidade de lixo produzido, Reutilizar, descobrindo novas utilidades aos materiais considerados inúteis, Reciclar, no sentido de dar “nova vida” aos materiais. São maneiras dinâmicas de despertar a consciência quanto ao sentimento de pertencimento à nossa terra e preservação ambiental (SILVA et al, 2012). 

Uma forma de promover essa mudança de filosofia de vida é a adoção de práticas educativas (EL-DEIR et al., 2009), as quais visam despertar a atenção para das civilizações para a degradação potencial do meio ambiente e demais questões ambientais, como a problemática da destinação inadequada dos resíduos sólidos. Neste sentido a reciclagem apresenta-se como tratamento de impacto positivo, auxiliando no processo de sensibilização quanto a responsabilidade socioambiental (SILVA et al., 2011). 

Para ajudar na sensibilização é possível associar os sentidos dos processos de 3R à temática de contos folclóricos e datas culturais, levar a reflexão e início de nova fase da vida, dar novas formas de utilidades e empregar de outras maneiras os materiais, considera-se sempre a cultura local e seus costumes. Nesse sentido, o presente trabalho apresenta uma das experiências de educação ambiental em forma de oficina, realizada na escola Simão Izídio de Souza, na comunidade rural de Poço da Cruz, Município de Ibimirim, região do semiárido de Pernambuco. Esta ação foi realizada durante a Campanha Páscoa Solidária 2012, ação de Responsabilidade Social Universitária (RSU), promovida anualmente pelo Grupo de Pesquisa Gestão Ambiental em Pernambuco (Gampe), da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). 


A Questão Ambiental 

Dentre as reflexões que a atualidade impõe, encontra-se a questão ambiental. A problemática em torno do meio ambiente gerou mudanças globais em sistemas socioambientais complexos que afetam as condições de sustentabilidade do planeta, propõe a necessidade de internalizar as bases ecológicas e os princípios jurídicos e sociais para a gestão democrática dos recursos naturais (LEFF, 2001). 

As questões ambientais ganharam forte importância no fim dos anos 80, quando as pessoas começaram a perceber com mais criticidade o quanto os recursos naturais estão impactados devido a ação antrópica (MARODIN, 2004). Estes devem ser tratados de forma global, pois afetam a vida das gerações atuais e seus reflexos para as futuras. Nesse sentido, forma-se um movimento social que expressa as problemáticas relacionadas aos "riscos de grande consequência", exige-se a participação de todos os indivíduos (LONDERO; SEBRAE, 2004). 

Atualmente, os principais debates e decisões políticos, econômicos e sociais da sociedade em relação às questões de meio ambiente são as seguintes (SEBRAE, 2004): 

• motivos e consequências do aumento da temperatura da Terra; 

• a poluição, a distribuição irregular e o desperdício da água doce no planeta; 

• a fragmentação dos ecossistemas e a consequente diminuição da biodiversidade; 

• a contaminação dos alimentos consumidos pelo homem e pelos animais; 

• a contaminação dos oceanos e o esgotamento dos seus recursos; 

• a perspectiva de esgotamento dos recursos naturais não renováveis; 

• a desertificação e a degradação dos solos agricultáveis; 

• a contaminação do solo e das águas subterrâneas por depósitos inadequados de resíduos; 

• o aumento das doenças causadas pela contaminação do solo, do ar e da água, pelo desequilíbrio que o desmatamento gera na reprodução de vetores de doenças endêmicas (ratos, mosquitos), pela falta de saneamento básico e pelas habitações inadequadas; 

• os padrões insustentáveis de produção e consumo da sociedade. 

Pode-se dizer, de forma simplificada, que o questionamento ambiental é um canal de abertura para a participação sociopolítica, eleva as possibilidades de influência das classes e estratos diversos da sociedade no processo de formação e tomada de decisões políticas (LONDERO, 1999 apud PAIXÃO, 2012). Estas discussões concentram-se no debate da forma e das consequências das atividades de exploração do homem no que se refere aos recursos naturais e na elaboração de ações alternativas, na tentativa de delinear proposições que modifiquem o cenário global, elevando a qualidade ambiental do meio ambiente e direcionado ao uso antrópico parcimonioso dos recursos naturais. 

A Necessidade de Práticas Educativas Socioambientais 

As práticas educativas são baseadas em um compromisso de cidadania, fomentado pelas ações de educação ambiental e podem contribuir para a reconstrução de uma sociedade mais responsável e ponderada em suas ações. Para lidar com as questões ambientais é preciso mudar a forma de lidar com o ambiente, sendo necessário o desenvolvimento de uma nova concepção do papel do homem em sua relação com o entorno. Esse processo demanda um investimento em educação ambiental (CARVALHO,2004; EL-DEIR, 2012). 

Leonardi (1999) define educação ambiental como processos educativos que tem por objetivo contribuir para a conservação da biodiversidade, para a auto realização individual e comunitária e para a autogestão política e econômica,com o objetivo de promover a melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida. E mais adiante “a educação ambiental tem sido vinculada à formação da cidadania e à reformulação de valores éticos e morais, individuais e coletivos, necessários para a continuidade da vida no planeta”. Já a Política Nacional de Educação Ambiental, estabelecida pela Lei 9795/99, define como “os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”, sendo compreendida como parte integrante do processo educacional (BRASIL, 1999). 

“O papel da educação ambiental vem no esforço de desenvolver nos cidadãos uma nova mentalidade ambiental, clareando hábitos que implicam em desperdícios de recursos naturais e a contínua degradação da qualidade do meio ambiente, não basta levar à população informação, mas é preciso o fortalecimento de vínculos afetivos e de valores” (CURRY, 2003 apud CARVALHO, 2004). 

Ainda nesse contexto, segundo Melo (2001), a responsabilidade social tem a ver com a consciência social e o dever cívico. A ação de responsabilidade social não é individual, pois ela reflete a ação de uma organização em prol da cidadania. Diante da questão relacionada à responsabilidade social, teórica e conceitual, a abordagem do componente ou forma de atuação das Instituições de Ensino Superior (IES) assume certo grau de complexidade (CALDERON, 2005). Dessa forma, as instituições de ensino como formadoras de agentes sociais de intervenção devem, além de cumprir o seu papel como instituição de formação na responsabilidade social, promover um ambiente plural na estruturação de seu alunado, em que haja a transmissão dos princípios de responsabilidade social para todos aqueles que estão inseridos na organização (discentes, funcionários, docentes). 


A Reciclagem como Alternativa para a Questão Ambiental 


A Revolução Industrial mudou radicalmente toda a estrutura de produção até então conhecida no mundo. Todos os padrões de consumo também foram modificados, evidenciou o crescimento acelerado nas escalas produtivas e nos hábitos de consumo da população de forma exponencial. A consequência deste modelo incorporado é a imensa geração de resíduos sólidos, ainda dispostos de forma inadequada, como também, a exploração inesgotável dos recursos naturais. 

Em um primeiro momento, ocorre à extração dos recursos naturais para “abastecer” a demanda social, obtendo matéria-prima para a fabricação de produtos para o consumo e depois os resíduos são jogados no lixo. Neste processo, a geração de resíduos cresce em uma proporção que os serviços de limpeza urbana, e até mesmo os lixões, não têm condições de suportar (BARBA, 2002). 

Este observa que a sociedade é levada pelo consumismo exagerado, pregado pelos meios de comunicação, resultando numa geração cada vez maior de rejeitos, principalmente nas práticas que são realizadas comumente no cotidiano. Este modus operandis dificulta, cada vez mais, a mudança de hábitos já consolidados na sociedade. Neste sentido o processo de desmaterialização busca, junto com o 3R, diminuir o uso de recursos e que os produtos não sejam descartados e sim retornem ao ciclo produtivo. 

A reciclagem, nesse contexto, torna-se de fundamental importância, sendo uma das formas de minimização dos resíduos que seguirão para a destinação final, especialmente se tratando de resíduos domésticos. O processo de reciclagem exige menor quantidade de recursos naturais do que o processo industrial da matéria minimiza gastos com a energia e diminui a quantidade de resíduos que seriam dispostos nos lixões (SILVA et al, 2012). 

A conscientização da população a respeito da reciclagem é crescente, constitui um assunto bastante atraente pela variedade de formas na utilização do material, pois depende apenas da aplicação da técnica e da criatividade coletiva e/ou individual. Caso a ideia da reciclagem e da reutilização do papel tenham aceitação nos vários segmentos da sociedade, a consolidação deste processo gerará economia, trabalho e renda para alguns segmentos da sociedade. Também auxilia a minimizar a quantidade de resíduos destinados aos aterros sanitários, diminuindo a poluição potencial dos rios, do ar, das derrubadas de florestas e dos gastos com água e energia. Portanto, a reciclagem, essencial para a vida do ser humano, é uma alternativa de desenvolvimento e de sustentabilidade pela sua função social, ambiental e econômica. 

A atividade aqui descrita teve como proposito desenvolver uma ação de sensibilização ambiental com as crianças da comunidade rural Poço da Cruz, localizada no município de Ibimirim, no Estado de Pernambuco. Esta atividade teve como foco a importância e os benefícios da reutilização de materiais recicláveis pelos munícipes. Estes materiais, presentes no cotidiano, foram retrabalhados em oficinas, de forma lúdica, divertida e criativa, considerando a cultura local como elemento norteador, agregando tal elemento no trabalho criativo. 

Para tanto buscou-se demonstrar a importância do reaproveitamento de materiais dando um novo significado, transformando-os em brinquedos e artesanatos da cultura local, de forma simples e extrovertida, promovendo uma reflexão crítica da realidade de seu município; incentivar a criatividade, desenvolver habilidades e coordenação motora das crianças na confecção dos materiais de baixo custo e estimular, desde a infância, o consumo consciente e a responsabilidade social e ambiental e a preservação dos recursos naturais e da necessidade da mudança de hábitos rotineiros visando à conservação do meio ambiente. 



Metodologia 


Caracterização da Área 


As oficinas foram realizadas no município de Ibimirim, na Escola Municipal Simão Izídio de Souza, situada na comunidade rural de Poço da Cruz. Este encontra-se na mesorregião do Sertão Pernambucano e microrregião do Sertão do Moxotó. Ibimirim apresenta situação de carência extrema (IBGE, 2010) e a classificação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), apresentando Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de 0,566, ocupando o penúltimo lugar no ranking estadual. Está inserido em uma região de carência acentuada, a qual é identificada pelo Ministério de Desenvolvimento Social como um dos Territórios da Cidadania, tendo atenção especial do Governo do Estado de Pernambuco mediante o Programa Integrado de Desenvolvimento Local (PIDL) (SILVA, 2010). 


Desenvolvimento das oficinas 


As oficinas de reutilização de materiais recicláveis e educação ambiental foram realizadas no dia 17 de abril de 2012, contaram com a participação de aproximadamente 80 crianças e foram divididas em dois momentos. 

Momento 1 - Inicialmente foi feita uma apresentação da peça teatral de marionetes chamada “Páscoa Reutilizável” (Figura 1). A peça relata a trama de três personagens durante os preparativos da festa de Páscoa quando são surpreendidos pela visita inusitada do Coelho. Esta atividade buscou fornecer uma breve visão sobre o real significado da Páscoa de forma divertida e infantil, bem como, destacar para o público presente a importância da redução, reutilização e reciclagem dos materiais que geralmente são destinados ao lixo, colaborando para a formação de cidadãos com uma maior sensibilidade do ponto de vista ecológico e social. 




Figura 01 - Apresentação das marionetes na peça Páscoa Reutilizável.




Figura 02 - Porta treco de papel confeccionado na oficina 



Momento 2 - Nesta fase, as crianças foram convidadas a participar do desenvolvimento de brinquedos (Figura 2) e conhecer de forma descontraída e lúdica, as utilidades dos materiais recicláveis do cotidiano. Para isso, foram realizadas duas práticas de educação ambiental de forma extrovertida, utilizou-se dois materiais recorrentes no dia-a-dia (papel e garrafa PET), com o intuito de demonstrar os benefícios do reaproveitamento de materiais e incentivar a criatividade e a responsabilidade socioambiental. 


Resultados e Considerações Finais 


Na execução das oficinas foram incorporados materiais recicláveis. Inicialmente, houve o uso de garrafa pet para fazer portas trecos, reaproveitando o material plástico que seria jogado no lixo, buscou-se aguçar o estímulo, desde a infância, do comprometimento com o meio ambiente e com os resíduos que são gerados pelas atividades de cada dia nas residências. Além disso, incentivou a criatividade, a habilidade e a coordenação motora das crianças na confecção do seu porta treco inspirado na páscoa, pois todas pintaram de forma inventiva as orelhinhas, os olhinhos, as bocas e o narizinho, montando seu coelhinho. 

Com a utilização do papel foi desenvolvida a confecção do porta treco coelhinho da Páscoa. No desenvolvimento desta, a atividade demonstrou a importância do reaproveitamento de materiais com um novo significado, transformou-se papel em artesanato de forma simples e extrovertida, além de promover uma contextualizando com a simbologia da Páscoa. 

O coelhinho da páscoa também foi atribuído como representação dos quatro coletores, como Pontos de Entrega Voluntária (PEV), para reciclagem dos materiais descartados, o que correspondeu à seguinte e respectiva coloração: amarelo (metal), azul (papel), vermelho (plástico) e verde (vidro). As duas oficinas impulsionaram a capacidade criativa e demonstraram que todos os materiais podem ser reutilizados e reciclados, deu-se “nova vida” e renovação para os mesmos, o que ajudou a relembrar o real significado da Páscoa. 

As crianças apresentaram-se claramente satisfeitas com as atividades desenvolvidas durante a execução da oficina, pode-se perceber isso mediante a interação com o trabalho desenvolvido, além do interesse explícito em participar e do compartilhamento de suas experiências com o auxílio dos facilitadores das oficinas. No decorrer da oficina, observou-se uma grande satisfação por parte dos funcionários, pais e alunos da escola. 

O trabalho para a concretização das oficinas, apesar de ter sido árduo e ter apresentado dificuldades próprias, foi bastante gratificante. Também percebermos o impacto positivo de uma simples ação de cunho ambiental em uma realidade tão desassistida. Foi notória a felicidade das crianças em compartilhar o aprendizado e a brincadeira com os brinquedos elaborados a partir dos materiais recicláveis que para alguns pode ser tão pouco, porém para elas foram de grande valor. Além disso, a certeza de contribuir para a educação e melhoria da qualidade de vida das crianças da comunidade beneficiada. 


Referências 


BARBA, I. S. Valoração do Serviço de Coleta de Lixo: O Caso de Naviraí-MS. Dissertação de Mestrado. Centro de Desenvolvimento Sustentável – CDS, Universidade de Brasília – UnB, 2002. 

BELTRÃO, B. A.; MASCARENHAS, J. C.; MIRANDA, J. L. F.; SOUZA JUNIOR, L. C.; GALVÃO, M. J. T. G.; PEREIRA, S. N. et al. (org). Projeto cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea. Diagnóstico do Município de Ibimirim. Recife, 2005. Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/rehi/atlas/pernambuco/relatorios/IBIM070.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2012. 

BRASIL. Lei n. 9795, que dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Diário Oficial da União, 25 abr. 1999. 

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Nível do mar sobe 60% mais rápido do que estimou o IPCC


Fonte: NE-10

PARIS - A elevação do nível do mar provocada pelo aquecimento global tem ocorrido 60% mais rapidamente do que o estimado em 2007 pelo grupo de climatologistas da ONU, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), revelaram cientistas em um estudo que foi publicado na quarta-feira (28/11).

Atualmente, os mares subiram 3,2 mm ao ano, em média, segundo o estudo realizado por três especialistas em clima e publicado na revista britânica Environmental Research Letters. A projeção "mais confiável" do IPCC, em 2007, baseada em dados de 2003, previa uma elevação de 2 mm ao ano atualmente.

A nova cifra converge com a ideia amplamente difundida de que o mundo se encaminha para uma elevação do nível do mar de um metro até o fim do século, declarou à AFP Grant Foster, da empresa americana Tempo Analytics, co-autor do estudo. "Eu diria que um metro de elevação do nível do mar até o fim do século é provavelmente próximo do que se encontraria se você consultasse as pessoas mais informadas" a respeito, disse Foster.

"Em terras baixas, onde você tem um grande número de pessoas vivendo no limite de um metro do nível do mar, como Bangladesh, isto significa o desaparecimento da terra que sustenta suas vidas, e você terá centenas de milhões de refugiados climáticos, e isto pode levar a guerras por recursos e todo tipo de conflitos", acrescentou". Para grandes cidades costeiras, como Nova York, provavelmente o principal efeito seria o que vimos com o furacão Sandy", prosseguiu. "Toda vez que temos uma forte tempestade, você tem uma intensidade maior e isto traz um risco maior de inundações", prosseguiu.

O estudo, chefiado por Stefan Rahmstorf, do Instituto Postdam para a Pesquisa do Impacto Climático (PIK), na Alemanha, mensurou a precisão dos modelos de simulação que o IPCC utilizou em seu Quarto Relatório de Avaliação, publicado em 2007. Esse relatório alertou os governos a colocarem a mudança climática no topo de suas agendas, culminando com a fracassada Cúpula de Copenhague, em 2009, e ajudou o IPCC a conquistar o prêmio Nobel da Paz em 2008.


O novo estudo estabeleceu marcos mais elevados para a previsão do documento sobre temperatura global, destacando que havia "um consenso muito bom" do que está se observando hoje, uma tendência de aquecimento generalizada de 0,16ºC por década. Mas destacou que a projeção do IPCC para os níveis dos mares estava muito abaixo do que os fatos têm demonstrado.

A previsão do painel para o futuro - uma elevação de até 59 cm até 2010 - "pode também estar tendenciosamente baixa", alertou, uma cautela compartilhada por outros estudos publicados nos últimos anos. Foster disso que a elevação maior do que a projetada poderia ser atribuída ao derretimento de gelo terrestre, algo que era bem desconhecido quando o IPCC publicou seu relatório e permanece obscuro até hoje.

Outro fator seria a incerteza técnica. A projeção do IPCC tinha se baseado em informações entre 1999 e 2003, e desde então tem havido mais dados, que têm ajudado a provar a precisão de radares de satélites que medem os níveis dos mares ao fazer saltar as ondas de radar sobre a superfície do mar. O Quinto Relatório de Avaliação do IPCC será publicado em três volumes, em setembro de 2013, março e abril de 2014.

Da Agência France Presse.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Artigo: O currículo de uma escola de formação pedagógica e a dimensão ambiental: dilemas entre teoria e práxis





Autores: Luciene Gonçalves Rosa; Valderi Duarte Leite; e Monica Maria Pereira da Silva.
Periódico: Revista Ciência e Educação (Bauru).
Ano de Publicação: 2008.




Fig. 1. Formação escolar para uma visão crítica de mundo.
O artigo trata da análise do currículo de uma Escola de formação Inicial, de nível médio, com relação à dimensão ambiental, considerando a necessidade de inserir a discussão das questões ambientais na formação de educadores como prescrito na Política Nacional de Educação Ambiental, que tem como prioridade gerar reflexão e contribuir para uma melhor compreensão do Ambiente e de suas inter-relações e interdependência. Para esse estudo, foi utilizado a técnica da análise de conteúdos, dentre outras. Os resultados refletem a necessidade de se trabalhar a temática ambiental, com enfoque interdisciplinar e transdisciplinar e de Formação continuada para os profissionais da educação.



Nove em dez focos de queimada na Amazônia estão no Brasil, diz estudo

O Brasil registrou cerca de 90% de todos os focos de incêndio ocorridos na Amazônia em uma década, liderando entre os países que detêm partes do bioma, aponta um relatório divulgado na última semana por 11 organizações não governamentais.

O número, que consta no atlas "Amazônia sob Pressão", indica que entre 2000 e 2010 o Brasil teve 1,19 milhão de um total de 1,32 milhão de pontos de incêndio registrados nos nove países que compõem a região amazônica. Vale lembrar que 64,3% do território amazônico é brasileiro.

O segundo país com maior número de indícios de fogo, atrás do Brasil, foi a Bolívia, com 97,03 mil focos. O número equivale a 7% do total.

Os focos de calor são pontos captados por satélites, com altas temperaturas (acima de 47º C) e área mínima de 900 m². O relatório informa que foram utilizados dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para mapear os pontos de incêndio, com dados obtidos por dois satélites - o NOAA-12 e o NOAA-15.
Imagem feita por astronauta que está na Estação Espacial Internacional mostra focos de queimada na Amazônia nas margens do Rio Xingu, no Mato Grosso, em 2011 (Foto: Nasa)

Vegetação diferente
É importante ressaltar que dentro do território amazônico há áreas que possuem vegetação diferente da floresta tropical, como pastos, cerrado e bosques de transição, onde ocorreram 25,7% dos focos de calor registrados no período, afirma o atlas.

O maior número de pontos de fogo na Amazônia coincide com o "arco de desmatamento", área que se distingue por um avanço crescente da fronteira agrícola e que está em grande parte no Brasil, em estados como Mato Grosso.

Proteção ambiental
Em termos de indícios de incêndios nas unidades de conservação amazônicas, o Brasil também lidera. Sete das dez áreas de proteção ambiental mais atingidas são brasileiras.

A "campeã" em focos de incêndio é a Área de Proteção Ambiental (Apa) Triunfo do Xingu, no Pará, com 10,8 mil registros - o número é maior do que os focos de fogo em seis dos nove países da Pan-Amazônia, como Peru (4,36 mil focos), Colômbia (2,96 mil focos) e Equador (57 focos).

O Brasil também encabeça a lista dos dez territórios indígenas com maior número de focos de calor entre 2000 e 2010. O Parque Indígena do Araguaia registrou 8,84 mil deles, enquanto o Território Indígena Maraiwatsede teve 3,38 mil, aponta o estudo.

Para as ONGs responsáveis pelo relatório, o registro de focos de incêndio menor nas áreas de proteção e nos territórios indígenas aponta um papel destas reservas ambientais como "barreiras socionaturais" que impedem a expansão de queimadas e incêndios florestais.

"A baixa presença de focos de calor [nestes territórios] pode ser explicada em boa parte por estas áreas de proteção serem escassamente ou moderadamente povoadas", afirma o atlas.

Fonte: G1

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Compesa abre concurso para 40 vagas de analista e assistente


A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) abriu concurso para 40 vagas de nível superior e médio técnico. As inscrições seguem até 16 de dezembro, por meio do site da Upenet. Os salários chegam a R$ 5.287.

 As oportunidades são para assistente de saneamento e gestão (nível técnico) com 23 vagas; analista de gestão (nível superior) com 12 vagas; e analista de saneamento (nível superior) com cinco vagas. Há vagas reservadas para portadores de necessidades especiais.

O valor das inscrições é de R$ 50 (assistente de saneamento e gestão), R$ 70 (analista de gestão) e R$ 100 (analista de saneamento). Os pedidos de isenção para candidatos de baixa renda devem ser feitos de acordo com as instruções do edital.
A previsão é que as provas sejam aplicadas no dia 27 de janeiro de 2013, no Recife e cidades da Região Metropolitana. 

Vagas para Advogado, Biólogo, Contador, Médico do Trabalho, Engenheiro Mecânico, Engenheiro de Produção, Técnico em segurança do trabalho, Técnico operacional de química, Técnico operacional de Saneamento, Técnico operacional de eletrotécnica e Técnico operacional eletrônica, Técnico operacional de química e Técnico operacional de Saneamento.

Edital completo pode ser visto aqui.
Adaptado de G1.


Artigo: Crescimento bacteriano e consumo de COD em uma lagoa costeira tropical

Por: Ana Karolina Rodrigues


Os objetivos desta pesquisa foram determinar o principal nutriente limitante ao crescimento bacteriano na lagoa Imboassica, estimar a porcentagem de Carbono Orgânico Dissolvido (COD) disponível para o crescimento bacteriano e determinar a Eficiência de Crescimento Bacteriano (ECB) da comunidade bacteriana. Esse tema é muito importante para quem trabalha com camarão e novas tecnicas envolvendo bioflocos.

Leia o artigo completo clicando aqui

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Desempenho de estratégias de aeração de milho armazenado: fungos e condutividade elétrica


Figura 1. Foram utilizados seis silos de pequena escala, construídos 
a partir de tambores de óleo diesel.
Objetivou-se, com o presente trabalho, avaliar e comparar o desempenho de três estratégias de aeração de milho armazenado quanto à ocorrência de fungos e à condutividade elétrica dos grãos. As estratégias avaliadas foram: aeração contínua; aeração noturna e aeração em condições de umidade de equilíbrio entre os grãos e o ar ambiente. Realizaram-se dois ensaios de aeração com grãos de milho secos (11% b.u.) e úmidos (17% b.u.). Amostras de grãos foram retiradas durante os ensaios para contagem de fungos e medida da condutividade elétrica dos grãos. Grãos armazenados úmidos apresentaram maior ocorrência de fungos do que grãos armazenados secos. Observou-se que o Fusarium spp. Apresentou contagens mais elevadas, o Penicillium spp. manifestou desenvolvimento e o Aspergillus spp. Ocorreu com menor frequência. As estratégias de aeração empregadas não interferiram na condutividade elétrica dos grãos de milho armazenados, visto que não houve diferença significativa dos valores de condutividade elétrica entre os grãos submetidos a aeração e os grãos armazenados sem aeração.
Para leitura completa do artigo clique aqui: http://www.agriambi.com.br/revista/v16n01/v16n01a15.pdf



Autor: Vânia R. G. Nascimento, Marlene R. de Queiroz, Vanessa C. Marchi & Rosa H. Aguiar 

Ano de publicação: 2011 

Petiano responsável: Ana Karla Nobre Dias 



FIEPE Ambiental trata Educação para Meio Ambiente nas Empresas

A FIEPE, Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco, realizará uma palestra intitulada "Educação Ambiental nas Empresas" na próxima terça-feira (11). O evento será realizado na Sede da FIEPE, localizada na Av. Cruz Cabugá, às 18h30. Palestra ministrada pelo professor Emanuel Souto, da UFRPE/CAV. Lembramos que a inscrição é gratuita e deve ser feita através do formulário de inscrição no site.


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Artigo: Formação de professores e cidadania: projetos escolares no estudo do ambiente



Autores: Vânia Maria Nunes dos Santos; Pedro Roberto Jacobi
Periódico: Educação e Pesquisa
Ano de Publicação: 2011
Petiano Responsável: Anderson Coutinho


Fig. 1. Formando, sobretudo, cidadãos.
Este texto pretende apresentar reflexões resultantes de um estudo de doutorado focado na análise, por meio da pesquisa-ação, de projetos escolares de educação ambiental desenvolvidos a partir da formação continuada de professores em exercício, e suas contribuições na constituição de novos conhecimentos e procedimentos didático-pedagógicos para o estudo do ambiente e o exercício da cidadania. Visando à construção do olhar geocientífico na escola, os projetos de educação ambiental utilizaram diferentes práticas de campo para o (re)conhecimento do lugar de estudo associadas a recursos de sensoriamento remoto (imagens de satélite, fotos aéreas e mapas), objetivando a construção de uma visão integrada da realidade socioambiental a partir do estabelecimento de relações dialéticas entre o local e o global como suporte à análise de problemas, de suas repercussões e implicações em diferentes escalas de observação. O desenvolvimento dos projetos oportunizou a formação de professores-pesquisadores inovadores, críticos e reflexivos ante as realidades escolar e socioambiental. Além disso, propiciou aos alunos condições para observarem e conhecerem seu meio ambiente e o lugar em que vivem, refletirem sobre suas condições reais e, com base nesse processo, proporem ações e construir em intervenções educativas diante dos problemas estudados, em busca de soluções. Ao incorporar a questão socioambiental à prática pedagógica, os projetos escolares buscaram inserir a escola na realidade, contribuindo para a formação, por meio da aprendizagem social, de cidadãos críticos e participativos em ações conjuntas e colaborativas (escola, comunidade, poder público), visando ao desenvolvimento de políticas públicas democráticas e sustentáveis para a melhoria da qualidade de vida.

Para leitura completa do artigo clique aqui: http://www.scielo.br/pdf/ep/v37n2/v37n2a04.pdf

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