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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

NOTÍCIA: Observações constrangedoras de uma ecoturista em Fernando de Noronha.

E aí, caros abigos! A notícia de hoje vai com uma pitada bem "2016", ou seja, né...

O caso sobre o qual discorreremos foi vivenciado por uma turista um pouco mais observadora de Ferando de Noronha.


A turista relatou a coleta de lixo ineficiente na parte mais urbana da ilha, o contrassenso do museu do tubarão servir bolinhos de tubarão, o sumiço da fauna característica da ilha e a dominância de um espécie de alga. Ao mesmo tempo que expõe todas as "taxas de administração ambiental" e compara o resultado dos trabalhos feitos na ilha com o que é feito em outro arquipélago, o Raja Ampat da Indonésia.

Nas ilhas do sudeste asiático a turista relata um aumento da biodiversidade e biomassa da região. Causa dessa recuperação é a fiscalização bem feita e o aumento da área de conservação realizada no arquipélago.

Enquanto que aqui na ilha brasileira há certa apatia e desrespeito por parte da própria população para se ter uma idéia, em conversa informal com um pescador o mesmo admitiu ter conseguido peixes nas próprias praias.

É preciso que as autoridades se certifiquem de fazer com que a ilha funcione e mantenha suas condições de "paraíso ecológico", todos tem a ganhar com isso, a população e os visitantes e o ecossistema tão único encontrado na ilha!!

FONTE: oeco

terça-feira, 9 de agosto de 2016

O Jardim Baobá não pode virar estacionamento!!

Um grande salve para a galera que mora na cidade bela.

Não é lá uma grande novidade que Recife tem um déficit na relação de áreas verdes por habitante. Acontece que graças a algumas iniciativas da sociedade civil organizada, projetos propostos pelo poder público estão sendo modificados para transformar a cidade para os moradores e transeuntes, que a vivenciam, para melhor.


Dr Pompeu Pompílio Pomposo desistiu do castelo e agora tá de olho nas áreas verdes do Recife
Infelizmente há um movimento, liderado por empresários, contrário as demandas da população. Esse movimento antagônico visa dar continuidade à atual utilização do ESPAÇO PÚBLICO COMO GARAGEM.

Caso você sinta o desejo de contribuir com a causa, informe-se e assine o abaixo assinado feito a favor do Projeto Jardim Baobá.

PROJETO JARDIM BAOBÁ
ABAIXO ASSINADO

quinta-feira, 7 de julho de 2016

NOTÍCIA: Número de cefalópodes nos mares aumentou em 60 anos, diz estudo.

Caros leitores, vocês já pensaram que o aumento da temperatura do planeta poderia estimular o aumento nas populações de cefalopódes?
Pois é, essa descoberta foi feita por pesquisadores do Instituto de Meio Ambiente da Universidade de Adelaide na Austrália e foi publicada recentemente na revista Current Biology.
Populações de polvos, sibas e lulas se multiplicaram nas últimas décadas. (Foto: Reuters) 

A elevação da temperatura do planeta traz consigo inúmeras consequências. Algumas delas como enchentes, secas, derretimento dos Polos e riscos de extinção de espécies são consideradas negativas. Porém, para alguns cefalópodes esse aquecimento está sendo muito favorável para o aumento da população de polvos, sibas e lulas.

Pesquisadores concluíram, através de análises das taxas de capturas de pesca destes animais marinhos, que 35 espécies de cefalópodes tiveram sua população aumentada de forma continua ao longo de 60 anos. Esses dados foram coletados entre os anos de 1953 e 2013.

O aumento dessas espécies apresenta um desequilíbrio na cadeia alimentar marinha, já que tratam-se de espécies vorazes e altamente adaptáveis provocando um declínio em espécies de peixes e invertebrados que são suas presas e que também possuem valor comercial.  Por outro lado, quem se beneficiaria do aumento populacional desses animais seriam seus predadores e a pesca
.

Os pesquisadores ainda consideram difícil mensurar a evolução do aumento dessas populações nos próximos anos. Por isso, desejam identificar os fatores responsáveis por essa expansão Cephalopoda.

É amigos ecoleitores, apesar de nós estarmos sofrendo bastante com o aumento da temperatura, acho que os polvos, sibas e lulas não estão ligando muito pra isso não.

Petiana Responsável: Larissa Ferreira

ARTIGO: Coleção Didática e de Referência sobre Lixo Marinho: Uma Experiência de Montagem e Implantação no IFSC - Florianópolis

O problema do lixo marinho vem sendo tratado como um dos principais problemas relacionados à poluição marinha, juntamente com hidrocarbonetos de petróleo, metais traço, eutrofização, água de lastro, entre outros. Esse termo é definido pelo Programa Ambiental das Nações Unidas como qualquer tipo de resíduo sólido produzido pelo homem, gerado em terra ou no mar, que, intencionalmente ou não, tenha sido introduzido no ambiente marinho.

As fontes de lixo marinho são compostas 80% de lixo terrestre. Dos quais, cerca de 75%  é constituído por plásticos, sendo o restante composto por outros materiais como vidros, borrachas, metais, tecidos, isopor, matéria orgânica. Os sistemas de drenagem de rios e esgotos e os próprios resíduos costeiros são responsáveis por esse carreamento. Os outros 5% são compostos por fontes baseadas no mar, representadas por navios e embarcações de pesca.

Tartaruguinea comendo plastico =(
Os plásticos representam uma grande preocupação devido a sua persistência e efeitos nocivos, que incluem problemas físicos (ingestão ou emaranhamento), lixiviação de substâncias químicas e o potencial dos mesmos em transferir produtos químicos para a vida selvagem e seres humanos.

Estima-se que em 2010, nos 192 países costeiros, foram produzidas 275 milhões de toneladas de lixo plásticos. O Brasil ocupou a 16° posição no ranking dentre as 20 nações que mais contribuíram com esse índice.

Por se tratar de uma problemática mundial e visando aprofundar o conhecimento sobre o assunto foi desenvolvido no Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC- no campus de Florianópolis, um projeto de extensão visando pôr a sociedade a par do mesmo.O projeto é constituído de montagem e implantação de coleção didática e de referência sobre o lixo marinho. Para isso foram utilizados recipientes de vidro transparentes, fichas pautadas, estantes de aço e fichário.

Os lixos coletados na praia de Campeche – SC e apresentaram a seguinte composição: Plástico, Itens Perigosos, Incrustação Biológica, Itens de Pesca, Outros Materiais de Tecnologias de Prevenção e Remediação. Após a coleta, os itens foram limpos e secos em laboratório, escolhendo-se um recipiente de vidro numerado e etiquetado, de tamanho apropriado para armazená-los.

A exposição contém 76 itens de lixo marinho e está disponível no acervo do Laboratório de Estudos Ambientais da Instituição. Na sua primeira exposição pública, obteve cerca de 300 visitantes. Alguns, responderam questionários e se mostraram bem satisfeitos com a iniciativa: “Uma coleção interessante, pois nos faz refletir sobre algo do nosso cotidiano, que muitas vezes passa despercebido e que podemos facilmente colaborar”. Ou ainda “Este tipo de exposição deve ser mais frequente”. Parte da coleção foi também apresentada em uma escola municipal.

Sugere-se que novas iniciativas de pesquisa e extensão sobre lixo marinho plástico de pequena dimensão sejam financiadas, de maneira que informações locais sejam geradas e compartilhadas com a sociedade, para que os cidadãos possam contribuir de maneira positiva nos esforços de redução dessa importante forma de poluição marinha.


Petiana Responsável: Larissa Ferreira

NOTÍCIA: Nova espécie de mini sapo é descoberta no Brasil

Uma nova espécie de sapo minúsculo foi descoberta na Serra do Quiriri, em Santa Catarina. Ela foi descrita por meio da publicação de um artigo na revista científica PeerJ. Com cerca de um centímetro de tamanho, o Brachycephalus quiririensisvive apenas nessa região montanhosa e precisa de um ambiente frio e úmido. “Por conta dessas condições a espécie é bastante sensível às mudanças do clima e pode já estar ameaçada de extinção”, explica Márcio Pie, pesquisador associado do Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e um dos pesquisadores responsáveis pela descoberta.

Brachycephalus quiririensis [Imagem: Luiz Fernando Ribeiro/Fundação Grupo Boticário]
Com o apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, a espécie foi descoberta durante um projeto apoiado por essa ONG. A pesquisa busca verificar a diversidade de espécies de anfíbios que vivem em montanhas, desde o sul de São Paulo até o norte catarinense. O estudo também prevê elencar todas as espécies já registradas nesse trecho e avaliar suas variabilidades genéticas.

Os anfíbios de forma geral (sapos, pererecas e rãs) são considerados bioindicadores, isto é, sentem com mais facilidade as alterações ambientais e, por isso, sua ausência indica que o ecossistema não está equilibrado.

 Petiana Responsável: Gilzete Reis
Revista Ecológica

ARTIGO: Potencial da erva daninha Waltheria americana(Sterculiaceae) no manejo integrado de pragas e polinizadores: visitas de abelhas e vespas

O referido artigo aborda a possibilidade do cultivo de uma planta invasora como meio alternativo de controle biológico. A Waltheria americana é uma espécie de planta herbácea, perene, considerada uma invasora comum em regiões de cerrado onde, além de invadir áreas cultivadas, ocorre em margens das estradas ,em diversos outro locais.

Nesta nova abordagem, as plantas invasoras tradicionalmente consideradas nocivas, por diminuírem a produtividade das lavouras, se manejadas adequadamente, podem aumentar a produtividade fornecendo alimento a insetos polinizadores, predadores e parasitos de pragas , como por exemplo as  várias espécies de abelhas e vespas que visitam flores desta planta à procura de pólen e/ou néctar .

Waltheria americana
O estudo também propõe manter tais espécies de plantas em áreas cultivadas como medida prática para aumentar o controle biológico natural e garantir a presença de polinizadores, podendo até mesmo diminuir a chance de extinções locais,

O objetivo deste estudo foi de avaliar o potencial de W. americana como fornecedora de alimento para abelhas e vespas e, consequentemente, o seu potencial para eventuais programas de manejo integrado de polinizadores e controle biológico de pragas.

Este estudo foi realizado de abril de 1993 a abril de 1994, em dois locais do Campus-Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. Um deles, na Estação Ecológica da UFMG, é uma área de vegetação secundária contendo manchas de mata densa e o outro denominado Prefeitura, também situado dentro do Campus da UFMG.

Como conclusão ,o estudo propõe condicionar o agroecossistema a um equilíbrio mais estável e para isto é necessário a manutenção da cobertura vegetal, com plantas de folhas largas que produzam flores e dêem condições de reprodução e desenvolvimento aos inimigos naturais das pragas. Como observamos W. americana crescendo espontaneamente nas áreas agrícolas e em ambientes degradados,  sugerindo que ela tenha potencialidade para ser utilizada para este fim.

Petiana Responsável: Gilzete Reis

domingo, 22 de maio de 2016

CURIOSIDADE: Nova York investe em coberturas de edifícios com fazendas urbanas altamente produtivas e rentáveis.

As práticas agrícolas em grandes centros urbanos tendem a ser menos incentivadas se comparadas ao meio rural, uma vez que as áreas disponíveis para o plantio são reduzidas. Entretanto, já é possível o investimento em práticas alternativas para a agricultura em regiões altamente urbanizadas. Nova York tem exemplos da eficiência dessas técnicas e dos seus diversos benefícios.

Brooklyn Grange é uma fazenda na cobertura de um prédio no Queens. Após sua primeira colheita, já é considerada a maior fazenda de telhado em Nova York.
Telhados verdes possibilitando agricultura em áreas altamente urbanizadas

A fazenda urbana foi financiada por uma doação de $ 592.730 do Programa Verde do Departamento de Infraestrutura de NY. Trata-se de 43.000 metros quadrados de área produtora de alimentos, que ocupam a laje, até então ociosa, de um edifício público.

Atualmente, possuem uma produção anual estimada em 20.000 quilos de produtos frescos, dentre eles principalmente acelga, couve, berinjela, manjericão, pepino e cerejas. Para evitar a erosão do solo e repor os nutrientes vitais, eles pretendem plantar culturas de cobertura durante o inverno, como o trevo e ervilhaca.

Durante sua visita pelo telhado, o prefeito Michael Bloomberg apontou alguns dos benefícios ambientais da fazenda, tais como isolamento térmico, absorção de água da chuva, purificação de portos e rios próximos.

 O telhado verde, além de ser uma alternativa para cidades com pouca disponibilidade para terras agricultáveis, permite uma melhora na qualidade do ar e da água na localidade. A redução de custos para exportação de alimentos é outro benefício que mostra o quão proveitoso é o investimento em práticas sustentável.

Essa realidade é possível para você também, querido ecoleitor. Com vasinhos, sementes e o investimento do seu tempo, você pode fazer a sua hortinha dentro de casa. Além de promover uma melhor qualidade de ar, você poderá diminuir os gastos com comida no fim do mês.

Petiana Responsável: Margaret Thatcher


Artigo: Comparação de oleaginosas para a produção de biodiesel

Caros ecoleitores, a matriz energética mundial ainda é muito dependente dos combustíveis fósseis, os quais, além de não serem bens renováveis, provocam o aumento de Gases de Efeito Estufa (GEE). Uma alternativa viável seria o consumo combustíveis oriundos de oleaginosas, uma vez que o carbono emitido na combustão é consumido pela planta no seu processo de fotossíntese,  sendo, portanto, considerado neutro.

Biocombustíveis e sustentabilidade: eficiência e menor impacto ambiental por um menor custo
O Brasil é o país com um grande potencial para a produção de energia renovável por possuir vantagens agrônomas, uma vez que o clima é tropical, com altas taxas de luminosidade e temperaturas médias anuais, disponibilidade hídrica e variedade de opções de cultivo de oleaginosas. A oleaginosa mais produzida em solo nacional é a soja, da qual o Brasil é o segundo maior produtor do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. A produção da soja brasileira fechou o ano de 2012 com 66,68 milhões de toneladas, enquanto que a americana marcou 83,17 milhões de toneladas. Tais dados indicam que a soja é a escolha para a produção do biodiesel nacional, não sendo, porém, a que apresenta o melhor rendimento anual de óleo em tonelada por hectare.

Enquanto a soja apresenta um rendimento anual de 0,2 a 0,6 toneladas por hectare, outras oleaginosas nacionais podem ter bem mais rendimento. Dentre essas, pode-se citar o milho (0,18 – 0,36 t/ha ano), o Amendoim (0,6 – 0,8 t/ha ano), a Canola(0,5 – 0,9  t/ha ano), a Mamona (0,5 – 1,0 t/ha ano), o Coco (0,3 – 1,4 t/ha ano), o Girassol (0m5 – 1,5 t/ha ano), Dendê (3 – 6  t/ha ano) e o Pinhão Manso (1 – 6 t/ha ano).

Por se tratar de uma fonte que é destinada à alimentação, o aumento do consumo do biodiesel implicará numa maior demanda por terras agricultáveis. Portanto, é importante que a oleaginosa escolhida para fins energéticos tenha não apenas um bom rendimento anual de óleo por área plantada, mas também um bom rendimento em éster.

O foco estudo foi a comparação do rendimento em éster a partir da transesterificação dos óleos de canola, coco, girassol, milho e soja. Além da produção de éster, em escala laboratorial, foram considerados dados que são anteriores à etapa da reação, tais como os rendimentos anuais de óleo de cada grão/fruto por área plantada. A partir disso, foi possível notar oleaginosas que mostraram maior potencial que a soja, cujo rendimento de éster em relação ao hectare produzido por ano foi de 0,15 a 0,44. Estas foram a Canola e a semente do Girassol, com 0,36 a 0,65 t/ha ano e 0,36 a 1,07 t/ha ano, respectivamente.

A procura por combustíveis alternativos aos fósseis faz-se essencial não só pela questão da futura escassez das reservas, mas também pela qualidade atmosférica. Áreas altamente urbanizadas, principalmente, vêm sofrendo com a qualidade do ar que, dia após dia, tem se tornado pior.

A diminuição da oferta do combustível fóssil acarretará o aumento do consumo do combustível renovável. Isso implicará numa maior demanda por terras para o cultivo de oleaginosas destinadas ao biocombustível. Com o processo de expansão das fronteiras agrícolas, há de se pensar numa oleaginosa que tenha uma grande produção de óleo numa menor área de cultivo; e que esse óleo dê um bom rendimento em éster. Tanto a canola, quanto o girassol configuram-se nesse perfil, o que as tornam boas opções à soja para a produção do biodiesel.

É importante ressaltar que essas são apenas algumas das alternativas, sendo essencial a busca por mais fontes renováveis de baixo custo em relação ao seu potencial.

Petiana Responsável: Margaret Thatcher


RESUMO: Aspectos da História Natural de Tropidurus hispidus (Squamata: Iguania: Tropiduridae) em área de Mata Atlântica, nordeste do Brasil

Meus queridos leitores amantes da Ecologia! Este artigo que trouxemos para vocês talvez os faça aprender mais sobre um bichinho que muitos não dão muita atenção: as lagartixas! Sim, o lagarto da espécie Tropidurus hispidus, facilmente encontrado nas ruas ou até mesmo no quintal de casa.

Tropidurus hispidus
A variação de temperatura do ambiente e os recursos oferecidos por ele vão determinar que lagartos podem coexistir naquele local, principalmente a temperatura, pois diferentes lagartos podem preferir horários diferentes (ou mais quentes, ou menos quentes) para estarem ativos.
Os lagartos da espécie Tropidurus hispidus pertencem à família Tropiduridae e possuem características bem típicas do seu gênero: são forrageadores do tipo senta-e-espera, se expõem diretamente ao sol (heliotérmicos), são generalistas de hábitat, podendo ser encontrados em rochas, troncos de árvores, no solo, em arbustos, etc.

Mas... para quê servem os estudos de ecologia (história natural) desses animais?

Quanto mais soubermos sobre a ecologia desses e de outros animais, sob os diferentes aspectos (dieta, reprodução, termorregulação etc), mais podemos colaborar com a elaboração de planos de manejo para a preservação das espécies e do ambiente no qual eles estão inseridos, podendo até inferir seu estado de conservação.
Então o objetivo do estudo foi levantar informações quanto às atividades diária e sazonal dos lagartos T. hispidus assim como seu uso de hábitat e micro-hábitat.

O estudo ocorreu entre abril de 2008 e março de 2009 no Parque Nacional Serra de Itabaiana, 35km de Aracaju, SE. Por meio da busca ativa, das 6h às 18h, eles identificaram os lagartos e os capturavam com laço construído a partir de vara de pesca e fio dental. Os lagartos eram marcados dorsalmente com numerações feitas com tinta atóxica, para diferenciação dos indivíduos e percepção à distância por parte do observador. Os dados coletados de cada lagarto eram a data, hora, temperatura do ar, exposição do lagarto à luz do dia, atividade (comportamento), micro-hábitat e altura.

Em um total de 1456 registros, 75,53 % deles o lagarto estava ativo em dias ensolarados, 62,15% exposto ao sol, 97,2% parados, 34,75% estavam em rochas e 73,5% estavam em alturas inferiores a 50cm, confirmando o hábito generalista, heliófilo e senta-e-espera (por ficar a maior parte do tempo parado) da espécie, corroborando com outros trabalhos sobre outros lagartos semelhantes ao T. hispidus.

Petiana Responsável: Katharina Nino

NOTÍCIA: Relato de primeiro lagarto endotérmico: os teiús!

Querido ecoleitor, vamos revelar uma novidade para abalar com seus conhecimentos sobre répteis!


Biólogos canadenses e brasileiros do Instituto de biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), com o apoio da FAPESP, recentemente descobriram um caso de endotermia em lagartos da espécie Salvator merianae, popularmente conhecidos como teiús ou tejus. São lagartos de grande porte, podem atingir um comprimento total de 2m.

A princípio os pesquisadores mantiveram quatro indivíduos (dois machos e duas fêmeas) em cativeiro com suas temperaturas e frequências cardíacas monitoradas por um ano. A partir disso, puderam observar a oscilação da temperatura corporal desses lagartos. E foi aí que tiveram a grande surpresa!
No período do acasalamento, a temperatura do corpo dos animais permanece elevada, vários graus acima da temperatura do ambiente.

O resultado esperado seria que temperatura corporal dos lagartos oscilasse de acordo com a temperatura do ambiente, em todos os meses do ano. Ao contrário disso, os lagartos apresentaram temperaturas corporais mais elevadas que a do ambiente durante os meses de atividade reprodutiva, do início de abril ao início de setembro, evidenciando o hábito endotérmico e não ectotérmicos da espécie, como já é bastante convencional na literatura científica para os répteis em geral.

Para comprovar esta hipótese, os estudiosos confinaram dez indivíduos em uma câmara climática com temperatura constante e novamente suas temperaturas foram monitoradas. O resultado foi o mesmo! Os lagartos conseguiram manter suas temperaturas corporais acima da temperatura do ambiente em que estavam.

Interessante que não houve divergência entre as temperaturas de machos e fêmeas. O esperado era que a temperatura das fêmeas fosse maior que as dos machos pelo investimento energético na formação dos ovos e na produção de gametas, mas supõe-se que os machos também necessitem que temperaturas mais elevadas por serem territorialistas e constantemente enfrentarem disputas com outros machos.

Apesar desta descoberta parecer um pouco insignificante (embora bombástica), traz dados muitos interessantes quando pensamos em evolução! Esses lagartos podem ter sido os precursores de toda uma linhagem endotérmica, que são as aves e os mamíferos. O próximo passo dos pesquisadores é descobrir se este comportamento térmico do Salvator merianae ocorre em outros répteis.

Petiana Responsável: Katharina Nino

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