Caros ecoleitores, a matriz energética mundial ainda é muito dependente dos combustíveis fósseis, os
quais, além de não serem bens renováveis, provocam o aumento de Gases de Efeito
Estufa (GEE). Uma alternativa viável seria o consumo combustíveis oriundos de
oleaginosas, uma vez que o carbono emitido na combustão é consumido pela planta
no seu processo de fotossíntese, sendo,
portanto, considerado neutro.
Biocombustíveis e sustentabilidade: eficiência e menor impacto ambiental por um menor custo |
O Brasil é o país com um grande potencial para
a produção de energia renovável por possuir vantagens agrônomas, uma vez que o
clima é tropical, com altas taxas de luminosidade e temperaturas médias anuais,
disponibilidade hídrica e variedade de opções de cultivo de oleaginosas. A
oleaginosa mais produzida em solo nacional é a soja, da qual o Brasil é o
segundo maior produtor do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. A
produção da soja brasileira fechou o ano de 2012 com 66,68 milhões de
toneladas, enquanto que a americana marcou 83,17 milhões de toneladas. Tais dados indicam que a soja é a escolha para a produção do biodiesel
nacional, não sendo, porém, a que apresenta o melhor rendimento anual de óleo
em tonelada por hectare.
Enquanto a soja apresenta um rendimento anual
de 0,2 a 0,6 toneladas por hectare, outras oleaginosas nacionais podem ter bem
mais rendimento. Dentre essas, pode-se citar o milho (0,18 – 0,36 t/ha ano), o
Amendoim (0,6 – 0,8 t/ha ano), a Canola(0,5 – 0,9 t/ha ano), a Mamona (0,5 – 1,0 t/ha ano), o
Coco (0,3 – 1,4 t/ha ano), o Girassol (0m5 – 1,5 t/ha ano), Dendê (3 – 6 t/ha ano) e o Pinhão Manso (1 – 6 t/ha ano).
Por se tratar de uma fonte que é destinada à
alimentação, o aumento do consumo do biodiesel implicará numa maior demanda por
terras agricultáveis. Portanto, é importante que a oleaginosa escolhida para
fins energéticos tenha não apenas um bom rendimento anual de óleo por área
plantada, mas também um bom rendimento em éster.
O foco estudo foi a comparação do rendimento
em éster a partir da transesterificação dos óleos de canola, coco, girassol,
milho e soja. Além da produção de éster, em escala laboratorial, foram
considerados dados que são anteriores à etapa da reação, tais como os
rendimentos anuais de óleo de cada grão/fruto por área plantada. A partir
disso, foi possível notar oleaginosas que mostraram maior potencial que a soja,
cujo rendimento de éster em relação ao hectare produzido por ano foi de 0,15 a 0,44.
Estas foram a Canola e a semente do Girassol, com 0,36 a 0,65 t/ha ano e 0,36 a
1,07 t/ha ano, respectivamente.
A procura
por combustíveis alternativos aos fósseis faz-se essencial não só pela questão
da futura escassez das reservas, mas também pela qualidade atmosférica. Áreas
altamente urbanizadas, principalmente, vêm sofrendo com a qualidade do ar que,
dia após dia, tem se tornado pior.
A diminuição
da oferta do combustível fóssil acarretará o aumento do consumo do combustível
renovável. Isso implicará numa maior demanda por terras para o cultivo de
oleaginosas destinadas ao biocombustível. Com o processo de expansão das
fronteiras agrícolas, há de se pensar numa oleaginosa que tenha uma grande
produção de óleo numa menor área de cultivo; e que esse óleo dê um bom
rendimento em éster. Tanto a canola, quanto o girassol configuram-se nesse
perfil, o que as tornam boas opções à soja para a produção do biodiesel.
É importante ressaltar que essas são
apenas algumas das alternativas, sendo essencial a busca por mais fontes
renováveis de baixo custo em relação ao seu potencial.
Petiana Responsável: Margaret Thatcher
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