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domingo, 22 de maio de 2016

Artigo: Comparação de oleaginosas para a produção de biodiesel

Caros ecoleitores, a matriz energética mundial ainda é muito dependente dos combustíveis fósseis, os quais, além de não serem bens renováveis, provocam o aumento de Gases de Efeito Estufa (GEE). Uma alternativa viável seria o consumo combustíveis oriundos de oleaginosas, uma vez que o carbono emitido na combustão é consumido pela planta no seu processo de fotossíntese,  sendo, portanto, considerado neutro.

Biocombustíveis e sustentabilidade: eficiência e menor impacto ambiental por um menor custo
O Brasil é o país com um grande potencial para a produção de energia renovável por possuir vantagens agrônomas, uma vez que o clima é tropical, com altas taxas de luminosidade e temperaturas médias anuais, disponibilidade hídrica e variedade de opções de cultivo de oleaginosas. A oleaginosa mais produzida em solo nacional é a soja, da qual o Brasil é o segundo maior produtor do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. A produção da soja brasileira fechou o ano de 2012 com 66,68 milhões de toneladas, enquanto que a americana marcou 83,17 milhões de toneladas. Tais dados indicam que a soja é a escolha para a produção do biodiesel nacional, não sendo, porém, a que apresenta o melhor rendimento anual de óleo em tonelada por hectare.

Enquanto a soja apresenta um rendimento anual de 0,2 a 0,6 toneladas por hectare, outras oleaginosas nacionais podem ter bem mais rendimento. Dentre essas, pode-se citar o milho (0,18 – 0,36 t/ha ano), o Amendoim (0,6 – 0,8 t/ha ano), a Canola(0,5 – 0,9  t/ha ano), a Mamona (0,5 – 1,0 t/ha ano), o Coco (0,3 – 1,4 t/ha ano), o Girassol (0m5 – 1,5 t/ha ano), Dendê (3 – 6  t/ha ano) e o Pinhão Manso (1 – 6 t/ha ano).

Por se tratar de uma fonte que é destinada à alimentação, o aumento do consumo do biodiesel implicará numa maior demanda por terras agricultáveis. Portanto, é importante que a oleaginosa escolhida para fins energéticos tenha não apenas um bom rendimento anual de óleo por área plantada, mas também um bom rendimento em éster.

O foco estudo foi a comparação do rendimento em éster a partir da transesterificação dos óleos de canola, coco, girassol, milho e soja. Além da produção de éster, em escala laboratorial, foram considerados dados que são anteriores à etapa da reação, tais como os rendimentos anuais de óleo de cada grão/fruto por área plantada. A partir disso, foi possível notar oleaginosas que mostraram maior potencial que a soja, cujo rendimento de éster em relação ao hectare produzido por ano foi de 0,15 a 0,44. Estas foram a Canola e a semente do Girassol, com 0,36 a 0,65 t/ha ano e 0,36 a 1,07 t/ha ano, respectivamente.

A procura por combustíveis alternativos aos fósseis faz-se essencial não só pela questão da futura escassez das reservas, mas também pela qualidade atmosférica. Áreas altamente urbanizadas, principalmente, vêm sofrendo com a qualidade do ar que, dia após dia, tem se tornado pior.

A diminuição da oferta do combustível fóssil acarretará o aumento do consumo do combustível renovável. Isso implicará numa maior demanda por terras para o cultivo de oleaginosas destinadas ao biocombustível. Com o processo de expansão das fronteiras agrícolas, há de se pensar numa oleaginosa que tenha uma grande produção de óleo numa menor área de cultivo; e que esse óleo dê um bom rendimento em éster. Tanto a canola, quanto o girassol configuram-se nesse perfil, o que as tornam boas opções à soja para a produção do biodiesel.

É importante ressaltar que essas são apenas algumas das alternativas, sendo essencial a busca por mais fontes renováveis de baixo custo em relação ao seu potencial.

Petiana Responsável: Margaret Thatcher


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