Autores: Lorenzo Ciccarese; Anders
Mattsson; Davide Penttenella
Periódico: New Forests
Ano de Publicação: 2012
Petiano Responsável: Pedro Sena
A
procura pela proteção e aumento dos serviços ecossistêmicos, que são os
serviços providos por ecossistemas naturais ao meio ambiente e à sociedade, vem
aumentando consideravelmente nas últimas décadas. São exemplos clássicos de
serviços ecossistêmicos providos por florestas, serviços hidrológicos, suporte
à produtividade agrícola, redução da erosão, aumento de habitats para a vida
selvagem e produção de produtos advindos de florestas, além de vários outros. A
importância desses benefícios providos por florestas é incontestável, porém o
aumento das ações antrópicas vem reduzindo consideravelmente as áreas de
ambientes naturais, o que consequentemente reduz os possíveis serviços que eles
poderiam desenvolver. Uma forma de mitigar essa “extinção de ambientes
naturais” é restaurando-os. Sendo assim, a restauração florestal é considerada
uma ótima ferramenta para, indiretamente, potencializar os benefícios providos
por florestas tropicais. O artigo de revisão em questão analisa e discute três
tópicos importantes que estão intrinsecamente relacionados à restauração e aos
serviços ecossistêmicos: proteção da biodiversidade das florestas, produção de
biomassa e mitigação e adaptação a mudanças climáticas. Os autores comentam a
importância de se conservar (e de restaurar) áreas com grande diversidade,
argumentando que áreas pobres em biodiversidade muito provavelmente não serão
tão estáveis e seus serviços ambientais, exceto talvez produção de biomassa
arbórea, serão pouco efetivos se comparados com áreas de alta diversidade de
espécies. Também é essencial levar em consideração os efeitos genéticos das
áreas que pretendemos restaurar, plantando apenas espécies nativas da região em
questão, o que possibilita o aumento da biodiversidade, a criação de habitats
atrativos para a vida selvagem (outro ponto que precisa muito ser levado em
consideração), estabilização do solo, além do aumento da qualidade da água e
assegurar ao ambiente uma identidade com espécies típicas da região. Com
relação a produção de biomassa, é mostrada a necessidade da sociedade por
produtos advindos de florestas, que hoje em dia se caracterizam como essenciais
para o homem. A produção de florestas cultivadas é uma alternativa para
proteção de áreas naturais, desviando o extrativismo para essas áreas plantadas
para tal fim. Porém, fica evidente que existe mais necessidade (e interesse em
expansão) na obtenção desses recursos, do que áreas cultivadas disponíveis no
mundo. Os autores acabam por defender a importância dessas áreas para a
restauração florestal. Aplicando ao nosso contexto no Brasil, esse laço entre
florestas cultivadas e restauração florestal é um pouco frágil, visto que ainda
não há uma preocupação em moldar as primeiras áreas para alcançar os objetivos
mais profundos das segundas (proteção da vida animal, alta diversidade de
espécies, entre tantos outros). O último ponto de vista analisado foi o de dar suporte à mitigação das mudanças climáticas, sendo demonstrado que as florestas possuem um importante papel no estoque de CO2, removendo-o da atmosfera. O fato da ampla degradação das florestas faz com que sejam liberadas quantidades enormes de CO2, possuindo um poder ainda mais devastador. É considerado que, para manter a realização dos serviços ecossistêmicos listados anteriormente, devem-se realizar metodologias de
restauração com alta diversidade de espécies vegetais, além de se utilizar
plantas com diferentes classes de idades. Em conclusão, os autores destacam que
a restauração florestal é um processo complexo, de longo prazo e que ainda
exige monitoramento constante para assegurar que os objetivos permaneçam
firmes. Uma ótima ferramenta para aumentar áreas restauradas seria a utilização
da silvicultura como aliada da produção de mais áreas restauradas, porém com o
desenvolvimento de técnicas mais eficientes. A participação pública também é
essencial para que as ações restauradoras consigam atingir sua finalidade.
Sendo assim, a restauração florestal é uma saída para mitigação das consequências
da urbanização, além de uma ferramenta potencializadora dos serviços
ecossistêmicos providos pelas florestas, porém são necessários mais
investimentos e apoio social e governamental.
Para leitura completa do artigo clique aqui: http://www.tesaf.unipd.it/pettenella/pubblicazioni/Forest_Restoration_NEW_Forests.pdf
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