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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Artigo: Serviços Ecossistêmicos da Restauração Florestal: pensando no futuro (Ecossystem services from Forest restoration: thinking ahead)

Autores: Lorenzo Ciccarese; Anders Mattsson; Davide Penttenella

Periódico: New Forests
Ano de Publicação: 2012

Petiano Responsável: Pedro Sena

A procura pela proteção e aumento dos serviços ecossistêmicos, que são os serviços providos por ecossistemas naturais ao meio ambiente e à sociedade, vem aumentando consideravelmente nas últimas décadas. São exemplos clássicos de serviços ecossistêmicos providos por florestas, serviços hidrológicos, suporte à produtividade agrícola, redução da erosão, aumento de habitats para a vida selvagem e produção de produtos advindos de florestas, além de vários outros. A importância desses benefícios providos por florestas é incontestável, porém o aumento das ações antrópicas vem reduzindo consideravelmente as áreas de ambientes naturais, o que consequentemente reduz os possíveis serviços que eles poderiam desenvolver. Uma forma de mitigar essa “extinção de ambientes naturais” é restaurando-os. Sendo assim, a restauração florestal é considerada uma ótima ferramenta para, indiretamente, potencializar os benefícios providos por florestas tropicais. O artigo de revisão em questão analisa e discute três tópicos importantes que estão intrinsecamente relacionados à restauração e aos serviços ecossistêmicos: proteção da biodiversidade das florestas, produção de biomassa e mitigação e adaptação a mudanças climáticas. Os autores comentam a importância de se conservar (e de restaurar) áreas com grande diversidade, argumentando que áreas pobres em biodiversidade muito provavelmente não serão tão estáveis e seus serviços ambientais, exceto talvez produção de biomassa arbórea, serão pouco efetivos se comparados com áreas de alta diversidade de espécies. Também é essencial levar em consideração os efeitos genéticos das áreas que pretendemos restaurar, plantando apenas espécies nativas da região em questão, o que possibilita o aumento da biodiversidade, a criação de habitats atrativos para a vida selvagem (outro ponto que precisa muito ser levado em consideração), estabilização do solo, além do aumento da qualidade da água e assegurar ao ambiente uma identidade com espécies típicas da região. Com relação a produção de biomassa, é mostrada a necessidade da sociedade por produtos advindos de florestas, que hoje em dia se caracterizam como essenciais para o homem. A produção de florestas cultivadas é uma alternativa para proteção de áreas naturais, desviando o extrativismo para essas áreas plantadas para tal fim. Porém, fica evidente que existe mais necessidade (e interesse em expansão) na obtenção desses recursos, do que áreas cultivadas disponíveis no mundo. Os autores acabam por defender a importância dessas áreas para a restauração florestal. Aplicando ao nosso contexto no Brasil, esse laço entre florestas cultivadas e restauração florestal é um pouco frágil, visto que ainda não há uma preocupação em moldar as primeiras áreas para alcançar os objetivos mais profundos das segundas (proteção da vida animal, alta diversidade de espécies, entre tantos outros). O último ponto de vista analisado foi o de dar suporte à mitigação das mudanças climáticas, sendo demonstrado que as florestas possuem um importante papel no estoque de CO2, removendo-o da atmosfera. O fato da ampla degradação das florestas faz com que sejam liberadas quantidades enormes de CO2, possuindo um poder ainda mais devastador. É considerado que, para manter a realização dos serviços ecossistêmicos listados anteriormente, devem-se realizar metodologias de restauração com alta diversidade de espécies vegetais, além de se utilizar plantas com diferentes classes de idades. Em conclusão, os autores destacam que a restauração florestal é um processo complexo, de longo prazo e que ainda exige monitoramento constante para assegurar que os objetivos permaneçam firmes. Uma ótima ferramenta para aumentar áreas restauradas seria a utilização da silvicultura como aliada da produção de mais áreas restauradas, porém com o desenvolvimento de técnicas mais eficientes. A participação pública também é essencial para que as ações restauradoras consigam atingir sua finalidade. Sendo assim, a restauração florestal é uma saída para mitigação das consequências da urbanização, além de uma ferramenta potencializadora dos serviços ecossistêmicos providos pelas florestas, porém são necessários mais investimentos e apoio social e governamental.

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