Petiano Responsável: Daniel Mota
O ato de comer carne hoje em dia é visto de maneira
bastante normal, até por que desde os primórdios da humanidade a carne vem
sendo consumida. Vemos apenas a carne em mercados e não analisamos todo o
processo de produção e os fatores que são envolvidos nesse processo.
Entretanto levando em conta o contexto atual, o
mercado da carne engloba problemáticas como os impactos ambientais para a sua
produção e a relação do consumo de carne com a fome do mundo.
O consumo de animais e a fome no mundo.
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Distribuição de grãos:
Para se
produzir 1 quilo de carne são necessários em média 22 quilos de grãos e cerca
de 11 à 17 calorias de proteínas de grãos para se produzir uma única caloria de
carne. Tendo esses dados sabe-se que ocorre um desperdício de 90% de proteínas,
99% de carboidratos e 100% de fibras. Ou
seja tirando o gado como intermediário na obtenção de nutrientes, haberia muito
mais facilidade na obtenção da proteína.
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Utilização da terra.
De acordo
com a FAO(Food and Agricultures Organization), as pastagens para o gado ocupam
dois terços da superfície agriculturável do planeta isto representa um terço da superfície total
do planeta. Atualmente se toda a população mundial se alimentasse de carne
seriam necessários mais dois planetas para sustentar o território de pastagem e
grãos.
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Utilização de recursos e consumo de
energia.
A maioria dos animais usados para o consumo são alimentados com ração
cuja produção utiliza bastante energia. O produtor deve bombear a água,
cultivar e fertilizar a terra, colher e transportar as colheitas. Após isso,
vendem a colheita para indústrias que transformam este produto em carne, o que
requer um consumo de energia ainda maior. A energia utilizada para produzir um
quilo de carne de gado alimentado com ração é equivalente a 1,7 litros de
gasolina.
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Consumo d’água.
No Brasil,
enquanto 45% da água doce é gasta na pecuária, 45
milhões de pessoas não tem acesso à água potável.
Fora isso
uma quantidade enorme de água é utilizada no
tratamento da carcaça dos animais abatidos, enquanto que a quantidade de água
utilizada para a criação dos vegetais é bem menor.
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Aquecimento global.
Os resíduos excretados pelos animais durante o
processo de crescimento são inconcebíveis do ponto de vista ambiental. Entre
estes resíduos destacam-se os gases CO2 e NO2,
a amônia lançada aos rios e o próprio esterco do gado. De acordo com a
FAO nem todos os veículos do mundo são capazes de sobrepujar a emissão de gases
pela setor pecuarista.
Ilustração de Pawel Kuczynski bastante elucidativa sobre a produção de carne e seus impactos no meio ambiente. |
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Desertificação do solo.
A desertificação
é o processo pelo qual uma determinada área vegetada torna-se infértil,
geralmente devido ao mau uso do solo. No
Brasil este acontecimento tem sido muito observado na Amazônia, onde
pecuaristas derrubam as áreas verdes para implantar o pasto, e neste processo o
solo perde suas qualidades, o nível de erosão torna-se insustentável para o
ambiente.
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Biodiversidade.
A implantação da pecuária é um fator que está intimamente ligado a perda
de biodiversidade principalmente na américa do sul. Estima-se que, anualmente,
cerca de 200 mil quilômetros quadrados de Florestas tropicais são destruídas de forma
permanente para se fazer o pasto. Dados de 2003 do The Center
for International Forestry Research (CIFOR) apontam que 80% da região de
pecuária no Brasil, está situada na floresta amazônica.
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Poluição hídrica.
Atualmente, mais de 40% da população mundial vive em situação de
escassez de água e em 2025 este percentual aumentará para 50%. As causas da
escassez de água são principalmente o uso aumentado e a poluição. Além de a
pecuária ostensiva consumir muita água também polui muito ao jogar os dejetos
dos animais em rios ou na terra, e sem tratamento algum, o que fatalmente acaba
por poluir reservas subterrâneas de água.
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Proteção aos animais.
Sob a percepção de lei, o Brasil é um dos países
com leis mais avançadas no sentido de garantir bom tratamento aos animais
silvestres ou não, colocando-os inclusive sob tutela do próprio estado. Ainda
assim sabe-se que não há fiscalização e que atos que são considerados
corriqueiros causam estresse e dor aos animais, processos como a descorna, a
marcação com ferro, choques, más condições de transporte par o abate estão
entre esses.
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Principio do poluidor-pagador.
Segundo dados fornecidos pela FAO a pecuária tem
parte em em perda de fertilidade do solo, diminuição da biodiversidade,
impactos em reservatórios de água além de contribuir fortemente com mudanças no clima global. Caso os custos
reais do preço da carne fossem imputados esta, sem dúvida se tornaria
economicamente inviável. Deste modo expõe-se muto claramente que princípios
básicos são ignorados para que haja a comercialização da carne em preço
acessível. Ignora-se também a necessidade de sstudos de impacto ambiental.
Pense bem na hora que for comer, ou mesmo
ESTRAGAR, alguma porção de carne e saiba das implicações deste consumo.
Fonte: http://www.abolicionismoanimal.org.br/artigos/consumodeanimaisodespertardaconscincia.pdf