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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Notícia: MMA vai identificar riscos de seca no Brasil

Por: Ingrid Fontes

Mapa da seca será traçado
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) irá identificar os riscos de seca no território brasileiro. Estudo com previsão de conclusão nos próximos dois meses analisará a vulnerabilidade do país às secas e estiagens no contexto da mudança do clima. O principal objetivo é embasar políticas e estratégias de adaptação para reduzir problemas futuros. As previsões devem gerar benefícios ambientais e sociais para a população.

O levantamento é feito pela Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental (SMCQ), do MMA, em parceria com o Ministério da Integração Nacional (MI) e a organização não-governamental WWF. Os resultados incluirão dois relatórios detalhados com índices e mapas de vulnerabilidade para o período de 2011 a 2040, além da análise dos dados com respostas para as regiões mais críticas e comparações da situação atual com as projeções futuras.

Para mais informações, acesse o site do MMA.

Notícia: Startup vai usar drones para semear 1 bilhão de árvores por ano

Por: Fabrício Gabriel

O drone lança do ar casulos com sementes pré-germinadas
O sistema é bastante sofisticado. Os drones descem a dois ou três metros acima do solo e lançam uma espécie de casulo, que contem sementes pré-germinadas, cobertas por um hidrogel com nutrientes. O veículo aéreo tem capacidade para plantar dez sementes por minuto. Fletcher acredita que será possível plantar 36 mil mudas de árvores por dia.

A técnica de agricultura de precisão garantirá o replantio em larga escala. Segundo a BioCarbon Engineering, o plantio manual é caro e lento e o que espalha sementes secas apresenta baixo índice de germinação.

Numa última etapa, os drones servirão para monitorar as áreas que foram replantadas. Esta informação ajudará a fornecer avaliações da saúde do ecossistema ao longo do tempo.

A intenção do engenheiro americano é que até o meio do ano os drones já estejam no ar, semeando novas florestas pelo planeta. Que bons ventos os levem!

Artigo: Bioindicadores de qualidade de água como ferramenta em estudos de impacto ambiental

Autores: Michael Dave C. Goulart & Marcos Callisto
Periódico: FAPAM
Data de publicação: 2003

Resumo por: Fabrício Gabriel

O crescimento das cidades nas últimas décadas tem sido
responsável pelo aumento da pressão das atividades
antrópicas sobre os recursos naturais
Bioindicadores são fatores bióticos empregados para o reconhecimento de condições (passadas, presentes ou futuras) de ecossistemas.
As espécies estão adaptadas para sobreviver, se reproduzir e realizar relações ecológicas em condições ambientais específicas. Desta forma, a presença de cada tipo de ser vivo indica características físicas, químicas e estruturais do ambiente em que se encontra. 

A avaliação preliminar de riscos ecológicos, é realizada através do monitoramento ambiental preventivo dos ecossistemas em risco. Em função da grande diversidade de impactos ambientais sobre os ecossistemas aquáticos, o controle ambiental de riscos ecológicos deve envolver uma abordagem integrada, através do monitoramento da qualidade física, química e biológica da água, bem como a avaliação da qualidade estrutural de hábitats.

Fonte: FAPAM

Notícia: Menos da metade dos brasileiros sabe explicar o que é biodiversidade

Por: Fabrício Gabriel

Você sabe o que é Biodiversidade? Já ouviu falar?

48% dos brasileiros sabe o que é biodiversidade
Podemos afirmar que biodiversidade é o conjunto das espécies vivas de todo o planeta ou de uma região. Quase todos os brasileiros já ouviram falar, mas menos da metade sabe explicar o que é. De acordo com o Barômetro da Biodiversidade 2015, apresentado nesta quinta-feira em Paris, pela União pelo BioComércio Ético (UEBT, em inglês), 92% dos brasileiros já tinham ouvido falar sobre o tema. Mas menos da metade de nós (48% dos que responderam sim à primeira pergunta) sabem explicar o que ela significa. 

É bacana que o brasileiro tem ouvido falar sobre o tema, mas sem dúvida é necessário um esforço extra por parte do governo, das empresas, das escolas e outros atores envolvidos que possam trazer maior consciência sobre o que é biodiversidade e a sua importância e convencer este consumidor que cada um tem o seu papel e pode ajudar na sua conservação.

Fonte: O Eco

Artigo: Uso ético da biodiversidade brasileira: necessidade e oportunidade

Autores: C.S. Funari, V.O. Ferro
Revista: Revista Brasileira de Farmacognosia
Data de publicação: 2005
Resumo por: Fabrício Gabriel

A situação em que o Brasil e outros países em desenvolvimento se encontram hoje, de meros compradores de tecnologias importadas ou pagadores de royalties para laboratórios farmacêuticos estrangeiros, torna o processo de ampliação do sistema de saúde vigente muito oneroso ou, muitas vezes, não atende a suas necessidades específicas. O renovado interesse mundial, observado nos últimos anos, por produtos derivados da biodiversidade, tais como fitoterápicos, fitofármacos, cosméticos e suplementos alimentares, vêm estimulando investimentos de países industrializados em bioprospecção. 

Estas constatações devem estimular o debate, sobretudo no seio de países em desenvolvimento e detentores de rica biodiversidade e de conhecimentos tradicionais, como é o caso do Brasil, sobre a necessidade da instituição de modelos de saúdes nacionais, pautados em suas aptidões e carências, e sobre as oportunidades econômicas que o uso ético da biodiversidade apresenta.

Brasil: País em desenvolvimento e detentor de rica biodiversidade

Fonte: SciELO

Artigo: Zoonoses parasitárias veiculadas por alimentos de origem animal: revisão sobre a situação no Brasil

Autores: Gabriel Augusto Marques Rossi, Estevam Guilherme Lux Hoppe, Ana Maria Centola Vidal Martins, Luiz Francisco Prata
Periódico: Arquivo do Instituto Biológico
Data de publicação: 2014

Resumo por: Júlio Cesar Pereira

Nosso país tem um considerável potencial na produção de alimentos, sendo comprovado ano após ano, com números relevantes. Frente a essa notável desenvoltura, o mercado consumidor traz exigências válidas ao aprimoramento produtivo e melhoria na qualidade dos alimentos. Prevenir as Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) é uma das ações principais. As DTA têm crescido em decorrência de fatores como o crescimento populacional, exposição e vulnerabilidade de grupos populacionais, grande demanda alimentar, mudanças sociais, alterações ambientais e debilidade no controle de qualidade por parte de órgãos privados e – principalmente – públicos. Algumas das doenças veiculadas por alimentos são consideradas zoonoses, ou seja, ocorrem devido à interação entre humanos e animais, seus produtos e ambientes, podendo ser de origem viral, bacteriana ou parasitária.
Peça de carne com certificado de inspeção





O artigo trata, através de uma revisão bibliográfica, as doenças zoonótica ocasionadas por parasitos – toxoplasmose (Toxoplasma gondii), complexo teníase-cisticercose (Taenia solium e T. saginata), criptosporidiose (Cryptosporidium parvum), anisacose (Anisakis spp.), difilobotriose (Diphyllobothrium latum) e triquinelose (Trichinella spiralis).
Os autores consideram que no Brasil a prevalência de importantes zoonoses parasitárias, que podem ser transmitidas através do consumo de produtos de origem animal, é ainda elevada. Tais contaminações estão correlatas a prejuízos à economia nacional (prejuízos econômicos e pecuários diretos e indiretos) em virtude da diminuição da produtividade, além de outros ônus, como questões de exportação de produtos.  Grande impacto, também, é percebido na Saúde Pública. Medidas profiláticas são necessárias e devem ser fiscalizadas em diversos pontos das cadeias produtivas no Brasil.
Comentário final: Particularmente, sugiro uma leitura crítica, principalmente embasada no contexto ecológico – relevando o ciclo biológico dos parasitos listados no artigo – a fim de que evitem análises erradas de certas situações, como no caso exemplificado acerca da toxoplasmose. Destarte, espero que aproveitem a leitura e as informações contidas no artigo.

Até mais!

Fonte: SciELO

Notícia: S.O.S Gaibu, um socorro necessário

Por: Victor Sacramento

Através da necessidade de reabilitação de uma das praias mais bonitas do Nordeste brasileiro, após um enorme abandono de autoridades e governantes locais, com muita boa vontade e anseio de resolver questões que lhes eram possíveis, alguns membros da comunidade de Gaibu fundaram o S.O.S. Gaibu, projeto ambiental, social e educativo, que vem conquistando cada vez mais seguidores, voluntários e atraído os olhares de alguns curiosos, estudiosos e empresas. 

Praia de Gaibu
O S.O.S. Gaibu começou de maneira despretensiosa com ações ambientalistas, onde à princípio um pequeno grupo confeccionou placas educativas e as distribuiu na praça de Gaibu. Satisfeitos com os resultados e motivados pela necessidade de mudança, o grupo resolveu investir em mais ações, como a de coleta de lixo na praia e eventos para arrecadar fundos para os materiais utilizados nestas ações. 

"Justiça com as próprias mãos", assim poderíamos, também, definir o S.O.S. Um projeto inteiramente não governamental, movido apenas pela insatisfação dos moradores locais e nativos que já viveram melhores tempos em uma praia tão admirada e ao mesmo tempo tão esquecida justamente por quem, teoricamente, tem maiores condições para trabalhar em prol do meio ambiente e da cidadania de qualquer bairro: o poder público. 

Após entender que essas ações funcionam, o S.O.S. Gaibu tem hoje como sua maior causa a conscientização e educação das pessoas que frequentam a praia, turistas ou moradores. Resolver o problema pela raiz e não apenas remediá-lo. Dar o exemplo através da união e chamar a atenção do poder público simplesmente agindo. Dessa maneira, o S.O.S. conquistou novos adeptos, mais de 2.500 seguidores em redes sociais, grupos de ações criados e coordenados para vários setores diferentes, todos com o mesmo objetivo, o de revitalizar, preservar e respeitar a praia e o meio ambiente. 

O S.O.S. oferece oficinas de confecção de materiais recicláveis que acabam auxiliando na própria ornamentação da praças e são peças de extrema utilidade para manter a praia limpa e sem lixo no chão. Ocorrem ações de coleta na orla (quase sempre aos domingos) e reuniões com membros do grupo uma vez por semana. 

O objetivo é promover cada vez a cultura da preservação e fechar parcerias com interessados para que o projeto continue crescendo e ganhando mais seguidores, admiradores e pessoas dispostas a ajudar. Assim é feito o S.O.S. Gaibu, vontade e determinação dos que querem mudar e manter a mudança para melhor, ação de alguns onde todos ganham. 

Quem quiser conhecer o cronograma de eventos e ações, visite, curta e compartilhe a página do S.O.S Gaibu no facebook: www.facebook.com/sosgaibu.

Artigo: Desmatamento no Brasil: um problema ambiental

Autora: Anna Júlia Lorenzzon Gelain
Revista: Revista Capital Científico - Eletrônica
Data de publicação: outubro de 2012

Resumo por: Gilzete Reis

O crescimento descontrolado das atividades produtivas e econômicas, devido à rápida evolução dos meios de comunicação tem afetado o mercado global, que busca sempre  um melhor aperfeiçoamento de produção de bens de consumo. Diversas cidades do Brasil sofrem com abastecimento de água, qualquer desequilíbrio na evaporação da água na Amazônia traria diversos problemas sociais. A consequência disto é o impacto ambiental, sendo o desmatamento o principal  agente causador, colocando em risco as florestas e acarretando diversos problemas; entre eles, estão a perda da produtividade e aumento a probabilidade da extinção de algumas espécies.

As principais causas do desmatamento seriam as atividades extrativistas, agropecuária, a política do desenvolvimento que leva à especulação da terra e a má administração dos resíduos urbanos, a floresta amazônica tem sofrido grandes perdas no seu território brasileiro, sendo o segundo na lista dos desmatamentos. 
Desmatamento na Amazônia
O artigo demostra que uma das maneiras de inibir o desmatamento desordenado seria fazer uso da Amazônia Legal, onde se delimitaria áreas de proteção, em troca do uso das terras de modo sustentável.  A Floresta Amazônica representa um dos biomas mais ricos da flora e da fauna, com diversidade de interações ecológica, sendo necessária uma melhor compreensão de sua dinâmica, pra melhor preserva-la. A educação ambiental seria um meio de alertar a sociedade de seu papel na conservação, levando para escola professores capacitados  com metodologias que  atinjam  o objetivo de conscientizar  o homem e sua vivencia coma natureza.

O presente artigo foi baseado em pesquisa bibliográfica e documental, onde se conclui que no Brasil, apesar de termos legislação florestal, essa não esta sendo respeitada nem colocada em prática, sendo necessária uma intervenção mais  pontual por parte do governo.


Como proposta o autor se refere ao uso da Amazônia Legal, de modo sustentável e a implantação da educação ambiental nas escolas  como meio de conscientizar a população da importância da floresta amazônica.

Notícia: Descoberto o primeiro peixe de sangue quente



Por: Cecília Craveiro

Peixe Opah
Exemplar de Opah – Seu corpo aquecido faz com que ele 
seja um predador de alto desempenho, por enxergar e nadar melhor.
A Agência Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), órgão dos Estados Unidos, realizou um estudo com um exemplar de Opah, e revelou que essa espécie é a primeira de peixe composto inteiramente por sangue quente. Essa característica fisiológica garante inúmeras vantagens competitivas em relação a outros peixes do oceano. Esse peixe pode ser encontrado em quase todos os oceanos, principalmente no mar do Caribe e na Argentina. 

Essa espécie vive em águas muito frias e com ausência de luz. Possui coloração prateada e as nadadeiras avermelhadas, que parecem asas, dando-lhe mais eficiência na natação. Assim como os mamíferos e as aves mantêm a temperatura do corpo elevada, o Opah também possui essa característica. Segundo os cientistas, o bater constantemente as nadadeiras, ele consegue aquece seu corpo, acelerando o seu metabolismo e, em efeito contínuo, o movimento e suas reações.


Fonte: Veja

Artigo: A melhor forma de desenvolver a pesca do Brasil

Autores: Fabio Di Dario, Carlos B. M. Alves, Harry Boos, Flávia L. Frédou, Rosangela P. T. Lessa, Michael M. Mincarone,Marcelo A. A. Pinheiro, Carla N. M. Polaz, Roberto E. Reis, Luiz A. Rocha, Francisco M. Santana, Roberta A. Santos, Sonia B. Santos, Marcelo Vianna, Fábio Vieira.
Revista: Science
Data de publicação: Março de 2015

Por: Cecília Craveiro

No ano de 2014, o ministro do Meio Ambiente lançou uma nova lista enumerando 2.113 plantas e 1.173 animais ameaçados de extinção do Brasil. Dos 475 espécies aquáticas na lista, 83 são comercialmente exploradas pela pesca, principalmente como fauna acompanhante. O setor industrial pesqueiro agora está utilizando sua influência política para persuadir o governo a alterar o conteúdo dessa lista de ou revogá-la inteiramente. Isto seria muito prejudicial para a conservação da fauna aquática do Brasil. 

Em janeiro de 2015, barcos de pesca bloquearam a passagem de um  navio de cruzeiro transatlântico no porto de Itajaí, Santa Catarina, para protestar contra a publicação das novas listas de espécies.
O efeito dessa lista de espécies na indústria pesqueira é menos prejudicial do que parece, pois o ministério prevê a continuação da captura e do comércio de peixes classificados como vulneráveis, situação em que se encontra a maioria das espécies de interesse comercial. Estas espécies estarão sujeitas a planos de gestão específicos e sua pesca será regulamentada pelos órgãos competentes.

Fonte: Science

Notícia: Cana-de-açúcar e javali dão esperança à onça-pintada

Por: Caio Cavalcanti

Espécie invasora que se espalhou pelo Brasil, o javali se adaptou às plantações de cana-de-açúcar e de eucalipto do interior paulista e tem causado grandes prejuízos aos setores que produzem etanol, papel e celulose.

Mas se esse desequilíbrio ecológico põe em risco as principais atividades agrícolas da região pode ser, paradoxalmente, oportunidade para a recuperação da onça-pintada - maior predador das Américas, hoje ameaçado de extinção.

Javali em Mata Atlântica propiciando a volta das onças-pintadas
A previsão foi resultado de pesquisa coordenada por Luciano Verdade, professor do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba.
Segundo o trabalho, submetido para publicação na revista Animal Conservation, a transformação de pastagens em canaviais e florestas de eucaliptos favoreceu a explosão do número de javalis nessas áreas.

O estudo prevê que a abundância da espécie invasora atrairá de volta ao interior a onça-pintada, que em São Paulo está confinada à faixa litorânea de Mata Atlântica e ao Parque Estadual do Morro do Diabo, no extremo oeste do estado. Isso significa que a onça-pintada poderá ser salva pelo mesmo fator responsável por seu declínio: as atividades agropecuárias.

"A distribuição do javali é maior a cada dia nas paisagens agrícolas que predominam no interior, canaviais e florestas de eucaliptos, enquanto as onças estão nas bordas, a leste e a oeste. Essa combinação espacial indica grande potencial de colonização dessas paisagens pelas onças-pintadas", disse Verdade. Segundo ele, em breve, as onças vão detectar os javalis e começarão a aparecer nas plantações.

Caso a previsão se concretize, o setor produtivo e os gestores públicos terão de aprender a lidar com o manejo da onça. "É muito bom que aconteça o retorno da onça-pintada, em vez de sua extinção. Mas há um custo e um risco eventual que precisam ser previstos."

O pesquisador prevê que serão necessárias pessoas capacitadas para gerenciar a onça-pintada na paisagem agrícola. Mais que isso, será preciso gerar conhecimento e inovação tecnológica. "Precisamos ser proativos, em vez de reativos. O primeiro passo é alertar que essa é a possibilidade real, para que a sociedade discuta a questão."

Embora a presença da onça-pintada possa parecer assustadora para quem está próximo das áreas agrícolas, cientistas afirmam que seu manejo adequado trará benefícios ecológicos, cujos frutos podem ser vantajosos para o setor. O mais evidente deles será limitar o alastramento dos javalis.


Fonte: Exame

Artigo: Migração e conservação do peixe Dourado em um trecho do rio São Francisco

Autor: Francisco Ricardo de Andrade Neto
Tese de Mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais
Ano de Publicação: 2012

Resumo por: Caio Cavalcanti

O dourado (Salminus franciscanus Lima & Bristki, 2007) é um dos peixes mais importantes na pesca profissional e amadora do rio São Francisco. Entre 2005-07, dourados adultos (n = 4 107) foram capturados próximo à foz do rio Abaeté (Pontal), marcados com radiotransmissores (n = 41) e rastreados (n = 33) no rio São Francisco entre as cidades de Três Marias e São Romão. Objetivou-se no estudo conhecer aspectos da sua biologia como: área de vida linear, diferenças sazonais nos deslocamentos e fidelidade local (homing). 

Peixe Dourado em seu Habitat Natural
A relação desses aspectos com a necessidade de manutenção da pesca (períodos e locais de maior captura) e da construção de novas barragens (influência do nível da água nas capturas) também foi avaliada. Dourados exibiram áreas de vida com tamanhos variáveis (4,6 a 243,6 km) e 12 realizaram deslocamentos de até 35 km entre novembro e janeiro. Estes deslocamentos estão relacionados a eventos pré-reprodutivos, reprodutivos e pós-reprodutivos. No período não reprodutivo, deslocamentos menores que 3 km foram realizados. Foi detectada fidelidade local no período reprodutivo, no período não reprodutivo e entre períodos reprodutivos. O Pontal e o mês de outubro foram considerados o local e período mais importantes para a captura de dourados. A foz de tributários são áreas de proibição de pesca pela lei, mas o mês de outubro não é contemplado no período de defeso. 

A relação entre captura e o nível da água dos rios, mostrou que a maior parte das capturas ocorreu enquanto o São Francisco se mantinha estável e o Abaeté em ciclo de cheia. A construção de barragens bloqueará o rio Abaeté, controlará a ocorrência dessas cheias e impedirá o transito de dourados entre os rios e não fornecerá áreas suficientes a manutenção de populações de dourados entre os reservatórios. Sob o ponto de vista da conservação do dourado, recomenda-se a manutenção do rio Abaeté, como importante trecho lótico para o dourado; a inclusão de outubro no período de proibição da pesca do dourado, em detrimento do mês de fevereiro; a manutenção da foz do rio Abaeté como área de proibição da pesca, a inclusão do trecho do Rio São Francisco a montante do Pontal como área prioritária para a conservação do dourado.

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