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quinta-feira, 21 de março de 2013

Artigo: Secondary forests as biodiversity repositories in human-modified landscapes: insights from the Neotropics (Florestas secundárias como repositórios de biodiversidade em paisagens antrópicas: evidências dos Neotrópicos)

Autores: Marcelo Tabarelli; Bráulio Almeida Santos; Victor Arroyo-Rodríguez; Felipe Pimentel Lopes de Melo
Periódico: Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Naturais
Ano de Publicação: 2012

Petiano Responsável: Pedro Sena



O presente artigo é uma revisão sobre o papel das florestas secundárias exercem quando inseridas em ambientes afetados pelo homem, focando na função de repositório de biodiversidade.

Florestas secundárias e de quais situações elas são provenientes

Florestas secundárias são florestas que estão passando por um processo de sucessão secundária, ou seja, o conjunto de mudanças que ocorrem após uma perturbação, que pode levar ao longo do tempo a um estado de estabilidade denominado de clímax. Devido aos altos níveis de fragmentação e de outros tipos de perturbação, o número de florestas secundárias vem aumentando consideravelmente. Consequentemente, o aumento da presença desses fragmentos sob processo de regeneração em áreas altamente influenciadas pelo homem faz com que seu papel como áreas de manutenção da biodiversidade também aumente. Tal situação leva a um aumento do interesse científico em entender como ocorre a regeneração nesses ambientes, bem como suas características gerais e seu “comportamento” frente aos impactos conhecidos das áreas antropizadas.

Os pesquisadores realizaram a descrição dos processos que influenciam a estrutura e composição da assembleia arbórea objetivando identificar oportunidades para a persistência da biodiversidade em florestas secundárias.

Processos como caça, desmatamento, criação e aumento de bordas, diminuição da conectividade entre áreas, alterações microclimáticas, além de alterações das interações interespecíficas, são listados pelos autores como importantes nas mudanças estruturais e florísticas das florestas secundárias. Esses efeitos agem como filtros ambientais, por exemplo, para espécies com grande diâmetro suscetíveis a efeitos do vento, espécies adaptadas a sombra (que terão seus habitats reduzidos por causa do aumento da incidência de luz que é esperado em ambientes fragmentados), além de afetar também indivíduos pouco resistentes a competição com espécies r-estrategistas (espécies adaptadas a colonização de ambientes).

Esses impactos constantes em fragmentos submetidos as condições descritas anteriormente podem acarretar na substituição permanente de espécies características de ambientes de interior por espécies de borda, além do colapso da biomassa arbórea ao longo do processo de degeneração constante. Esse tipo de efeito tem sido reportado como sucessão retrogressiva, e vem sendo fonte de preocupação para os conservacionistas.

Com relação à manutenção da biodiversidade, florestas que foram modificadas recentemente apresentam sinais de serem melhor repositórios de biodiversidade do que ambientes inseridos em paisagens urbanas, cuja modificação é mais antiga. Nesse caso ocorre a presença de espécies altamente dependentes aos ambientes de interior e a ausência de grandes mamíferos dispersores de sementes.

Em conclusão, os autores fazem uma reflexão sobre a necessidade de conservação dessas florestas, já que, como evidenciado ao longo do artigo, esses ambientes são sensíveis a mudanças constantes que podem acabar alterando estrutura e florísticamente suas espécies arbóreas. Para que as espécies maduras (típicas de interior) não sejam substituídas por espécies pioneiras, é necessário um controle efetivo dos fatores que facilitam o estabelecimento destas espécies, ajudando consequentemente a conservar todo o cenário de florestas secundárias de uma dada localidade. 

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