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Estudo mostra que uso de plantas em diversos prédios na mesma rua criaria um 'corredor verde' que funcionaria como um filtro importante para grandes cidades.
O uso de plantas nas paredes externas de prédios em uma mesma rua,
criando "corredores verdes", poderia funcionar como um filtro para a
poluição nas grandes cidades, diminuindo em até 30% a quantidade
poluentes no ar de grandes metrópoles, segundo um estudo britânico. Pesquisas anteriores já previam que o aumento de áreas verdes em
cidades poderia reduzir em 5% a quantidade de poluentes, mas o novo
estudo conduzido por cientistas das universidades de Birmingham e
Lancaster mostra que os "corredores verdes" têm um potencial mais
efetivo. Publicados no periódico Tecnologia e Ciência do Ambiente, os
resultados do trabalho mostram que tais medidas poderiam ser mais
eficientes do que iniciativas tradicionais. "Até agora todas as iniciativas para tentar reduzir a poluição têm
sido feitas 'de cima para baixo', como livrar-se de carros velhos,
acrescentar catalisadores e até introduzir taxas de congestionamento - e
elas não têm mostrado o efeito desejado. O benefício dos 'corredores
verdes' é que eles limpam o ar que entra e fica no espaço entre os
prédios", diz Rob MacKenzie, um dos autores da pesquisa. Os 'corredores' nada mais são do que placas cobertas com plantas
'trepadeiras', que crescem acopladas a uma estrutura, colocadas sobre as
paredes exteriores de construções nas cidades. "Plantar mais ('corredores verdes') de uma forma estratégica poderia
ser uma maneira relativamente fácil de controlar nossos problemas locais
de poluição", acrescenta o cientista.
Vantagens e desafios
Especialistas sugerem que a criação deste tipo de "corredor verde"
também tem vantagens práticas, além do previsto benefício ambiental. Similares como as chamadas "paredes verdes", que funcionam como
jardins verticais, geralmente compostas por diferentes tipos de plantas e
muitas vezes criados por paisagistas, necessitam de sistemas de
irrigação específicos, além de fertilizantes e cuidados mais intensos. Já os "corredores" consistem em uma parede inteira coberta por um tipo único de planta trepadeira, mais resistente.
Mesmo assim há desafios.
Tom Pugh, outro autor do estudo, lista algumas das dificuldades a
serem enfrentadas. "Precisamos tomar cuidado quanto às plantas: como e
onde plantaremos tais tipos de vegetação, (além de garantir que) não
sejam afetadas por seca, não sejam atingidas por calor excessivo e que
não sofram ações de vândalos", diz. Anne Jaluzot, de um grupo comunitário sobre plantio de árvores em
áreas urbanas, diz que a estratégia tradicional, de plantar muitas
árvores pequenas, não ajuda em nada para a biodiversidade, e o controle
de enchentes e da poluição. Ela diz que seria preferível se concentrar em regiões menores e nelas
plantar árvores muito grandes, mesmo que em número menor. Ela também
critica os "jardins verticais", mais elaborados, como uma "perda de
dinheiro". "Esses jardins verticais em geral são bonitos, mas são insustentáveis
devido ao alto custo de manutenção e a necessidade de adubos.
Simplesmente cobrir uma parede com plantas trepadeiras seria em geral
uma solução muito melhor para prefeituras e organismos do setor",
avalia.
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