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sábado, 4 de outubro de 2014

Artigo: Densidade, tamanho populacional e conservação de primatas em fragmento de Mata Atlântica no sul do Estado de Minas Gerais, Brasil

Autores:  Maurício Djalles Costa, Fernando Afonso Bonillo Fernandes, Renato Richard Hilário,
Aline Vaz Gonçalves & Janaína Maria de Souza.
Periódico: Iheringia Série Zoologia
Ano de publicação: 2012

Petiano Responsável: Paulo Ayres

Caros Ecoleitores,

Hoje trago para vocês um artigo sobre um estudo realizado em um fragmento de Mata Atlântica no município de Pouso Alegre - MG, sobre a densidade, tamanho populacional e conservação de primatas, este que é um dos grupos de animais que mais sofre com a fragmentação do bioma Mata Atlântica.

Sapajus nigritus (anteriormente descrito como Cebus nigritus).
A Mata Atlântica é uma das regiões biologicamente mais ricas e mais ameaçadas do Planeta e atualmente restam entre 11,4% e 16% de cobertura vegetal de sua extensão original. O município de Pouso Alegre, localizado no sul do Estado de Minas Gerais abriga, segundo dados recolhidos até o ano de 2010, somente 3% de remanescentes de Floresta Semidecidual em seu território.  A diminuição e fragmentação de habitats florestais afetam várias espécies, em especial os primatas neotropicais que possuem hábitos essencialmente arborícolas. Das 24 espécies de primatas que ocorrem na Mata Atlântica, 15 encontram-se enquadradas em alguma categoria de ameaça segundo a lista oficial do Ministério do Meio Ambiente. No município de Pouso Alegre ocorrem quatro espécies de primatas: Alouatta clamitans Cabrera, 1940; Callicebus nigrifrons (Spix, 1823); Callithrix aurita (É. Geoffroyi, 1812) e Cebus nigritus (Goldfuss, 1809). Destas, apenas o sagui-da-serra-escuro (C. aurita) é considerado ameaçado de extinção, muito embora as outras espécies sejam consideradas como “quase ameaçadas”.
Este trabalho teve como objetivo estimar a densidade e o tamanho populacional das quatros espécies de primatas descritas acima, que ocorrem em um fragmento de Mata Atlântica de aproximadamente 350 ha, localizado no de Pouso Alegre e reunir subsídios para a conservação dessas espécies na região. O levantamento populacional foi realizado através do método de amostragem de distâncias em transecções lineares (Distance Sampling). Os dados foram coletados entre os meses de abril e agosto de 2008 a partir de quatro transecções implantadas na área de estudo. Os cálculos de densidade e tamanho populacional foram realizados empregando-se o programa Distance 5.0. As densidades foram estimadas em 23,83 ± 9,78 ind./km² para Callicebus nigrifrons, 14,76 ± 5,92 ind./km² para Callithrix aurita e 7,71 ± 2,13 ind./km² para Cebus nigritus. O tamanho populacional foi estimado em 83,0 ± 34,0 indivíduos para C. nigrifrons, 52,0 ± 20,8 indivíduos para Callithrix aurita e 27,0 ± 7,4 indivíduos para Cebus nigritus. Com relação ao bugio (A. guariba clamitans), constatou-se que apenas um grupo com seis indivíduos sobrevive na área. Conclui-se que, no caso de continuarem isoladas, essas populações têm poucas chances de sobrevivência no futuro frente aos riscos de eventos estocásticos. A criação de corredores ecológicos conectando a área de estudo aos outros fragmentos em seu entorno e a translocação de indivíduos de outras áreas da Mata Atlântica para esta região poderão constituir alternativas para garantir a viabilidade dessas populações em longo prazo. Para tanto, é necessário que se consolide uma política pública no município de Pouso Alegre voltada à criação, ampliação e gestão de Unidades de Conservação, e ao incentivo para a adoção de práticas produtivas sob critérios de sustentabilidade no entorno dessas áreas de interesse ecológico.

Para visualização completa do artigo clique aqui.


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