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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Artigo: Caça ilegal e a Síndrome da Floresta Vazia: ameaças à biodiversidade


Artigo: The empty forest revisited
Autores: David S. Wilkie, Elizabeth L. Bennett, Carlos A. Peres e Andrew A. Cunningham
Publicado em: Annals of the New York Academy of Sciences
Ano: 2011


Por Pedro Sena



Figura1. Parque Estadual Carlos Botelho, São Paulo
O referido artigo aborda um assunto que foi inicialmente descrito por Kent Redford, em 1992, em um artigo publicado na Bioscience, que alerta sobre a síndrome da floresta vazia. As florestas que apresentam esse quadro são áreas que externamente parecem saudáveis, porém existe um quadro de defaunação (perda da fauna) que prejudica o funcionamento daquele ambiente. As principais causas são a fragmentação florestal e a caça ilegal, que é o foco do artigo de Wilkie e seus colaboradores. 

As principais consequências de florestas sem grandes vertebrados são redução na dispersão de sementes, alteração nos índices de recrutamento de árvores, alterações na abundância relativa de espécies e outros tipos de danos funcionais. 


Além disso, a perda de certas espécies (espécies-chave, engenheiros ecossistêmicos e organismos com altos valores de importância na comunidade, por exemplo) pode prejudicar profundamente o funcionamento do ambiente, já que essas espécies desempenham um papel de grande relevância que não pode ser substituído em curto prazo. 

Figura 2. Caça ilegal das presas dos elefantes
Os autores do artigo escolhido apontam a caça como um dos principais agravantes no processo de esvaziamento das florestas e listam fatores que contribuem para o aumento da caça nesses locais, como: 

- a pobreza e falta de alternativa de renda da maioria dos caçadores; 

- a proximidade de populações humanas no entorno das florestas; 

- alto valor de mercado atribuído a específicos grupos de animais, principalmente os de maior porte, além do aumento da compra dos animais caçados seja para alimentação, ornamentação, entre outros; 

- carência de fiscalização, com falta de órgãos públicos efetivamente preparados para punir e controlar os níveis de caça, entre outros fatores. 

Se pararmos para refletir, o consumo de produtos relacionados à vida silvestre, seja para alimentação ou ornamentação, por exemplo, é um fator que está indiretamente associado à síndrome do esvaziamento das florestas. Sendo assim, faz parte do nosso papel como cidadãos, denunciar esse tipo de comercialização pós-caça, além de não alimentar de forma alguma tal negócio que só é rentável, em curto prazo, para os vendedores desse tipo de propriedade que pertence somente à natureza. 

Referências:

Redford, K. H. The empty Forest. Bioscience, v.42, p.412-422, 1992.

Para ler o artigo completo clique aqui:
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1749-6632.2010.05908.x/pdf

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