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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Artigo: Bem-estar Animal: um Conceito Legítimo para Peixes?


Por Paulo Paixão.

O Bem-estar animal refere-se à qualidade de vida dos animais (Appleby, 1999), esta ciência tem como objetivo caracterizar o estado que se encontram os animais, e desenvolver métodos para melhorar sua qualidade de vida quando estão sob a responsabilidade de humanos. As definições propostas de bem-estar animal assentam em três vertentes fundamentais (Fraser, Weary,Pajor & Milligan, 1997).: 1-funcionamento orgânico (características físicas - ex: doenças, ferimentos, más nutrição e formação, 2-experiências mentais (estados mentais - ex: dor, medo, tédio, alegria, conforto e prazer) e 3-“natureza” dos animais (hábitos, se os animais podem expressar seu repertório natural de comportamentos).

O tempo de exposição a esses agentes causadores de estresse e a intensidade da exposição desencadeia diferentes respostas fisiológicas e comportamentais. O estresse pode ser considerado como um conjunto de respostas não específicas do organismo a situações que ameaçam desequilibrar a sua homeostase (Barton, 2002; FSBI, 2002). Os agentes estressores podem ser de natureza física (ex: temperatura, transporte, confinamento e manuseio) química (ex: pH e oxigênio) e causados por animais (ex: predadores), por isso o estresse implica num importante fator para mensurar a qualidade de vida do animal, que vai resultar num controle destes sofrimentos promovendo seu prazer e bem-estar em cativeiro.

O conceito de bem-estar animal está relacionado com a capacidade de o animal ter ou não consciência de sensações e sentimentos (senciência), e nos peixes já foi possível perceber:

-Uso de conhecimentos aprendidos com peixes de mesma espécie;
-Alteração de comportamento ao perceber outros animais (ex: preparar-se para lutar ou fugir)
-Memória espacial (ex: local de alimento);
-Comportamento antecipatório (ao perceber certo estímulo o animal sabe que algo está para acontecer, ex: condicionamento alimentar);
-Associação de eventos ao tempo e lugar;
-Comportamento de evitar lugares perigosos.

A existência da senciência em peixes lhes confere um estatuto moral com implicações éticas na sua proteção. Ainda existem inúmeras questões sobre bem-estar de peixes que precisam ser esclarecidas e pesquisadas, sendo a formulação de recomendações para a manutenção e tratamentos destes animais em cativeiro uma necessidade cada vez mais pertinente.

Leia artigo completo aqui.

Paulo H. G. Paixão é estudante do 4º período do curso de Engenharia de Pesca da UFRPE.


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